Brasil tem menor PIB per capita entre os 15 países com mais medalhas em Paris
Os países com o indicador mais próximo do Brasil são República Dominicana e Granada, que terminaram com três e duas medalhas, respectivamente
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Líder no número de ouros e de medalhas nos Jogos de Paris, os Estados Unidos estão entre os países mais ricos do mundo e da participação olímpica, com investimento estrutural no esporte. O país tem o melhor desempenho na régua de riqueza e medalhas.
Com um PIB per capita de US$ 81,6 mil, o equivalente a R$ 450,2 mil na cotação atual, os EUA levaram para casa 126 medalhas e também ficaram em primeiro do quadro geral, que prioriza o número de ouros.
A riqueza de um país, no entanto, não é necessariamente proporcional ao resultado no esporte. Há ao menos cinco nações com PIB per capita maior do que o americano, que competiram as Olimpíadas e conquistaram poucas medalhas, segundo análise da Folha, que considerou dados da riqueza anual da população divulgados pelo Banco Mundial em 2023.
A Irlanda, com R$ 571,3 mil por pessoa ao ano, conseguiu apenas sete medalhas. A Suíça, com R$ 551 mil, levou oito, assim como a Noruega, cujo PIB per capita é de R$ 484,7 mil. Qatar (R$ 482 mil) e Singapura (R$ 467 mil) obtiveram apenas uma medalha cada.
Olhando para as 15 delegações com mais medalhas, o Brasil apresenta o PIB per capita mais baixo da lista, de R$ 55,3 mil.
Os países com o indicador mais próximo do Brasil são República Dominicana e Granada, que terminaram com três e duas medalhas, respectivamente. No quesito conquista de pódios, considerando ouro, prata e bronze, o Brasil foi mais eficiente.
Dentre os países mais pobres e com mais de dez medalhas estão Uzbequistão, Ucrânia, Irã e Quênia.
Em relação à classificação geral, o primeiro teve mais que o dobro de ouros do Brasil, portanto conquistou melhor posição. O Uzbequistão levou para casa oito medalhas de ouro, sendo cinco delas no boxe masculino, ficando, assim, em 13º, sete posições à frente.
Com 12 medalhas, a Ucrânia obteve três ouros. Em guerra com a Rússia desde 2022, a delegação do país foi a menor de todos os Jogos dos quais participou. Mesmo assim, o país registrou o melhor desempenho na esgrima por equipe feminina, no salto em altura feminino e no boxe masculino categoria 80 kg. No quadro geral, conseguiu o 12º.
O Irã teve performance parecida à da Ucrânia, também com 12 medalhas, mas à frente na classificação final porque o número de medalhas de prata é maior. Ficou uma posição atrás do Brasil.
Já os quenianos se saíram melhor do que o Brasil na classificação final. Embora tenha menos medalhas (11), o país africano conseguiu quatro ouros. Por isso, está na 17ª posição.
Os ouros vieram do atletismo: venceram as provas de 800 m masculino, com Emmanuel Wanyonyi, 1.500 m feminino, com Faith Kipyegon, 5.000 m feminino, com Beatrice Chebet, e 10.000 m feminino, também com Chebet.
As Olimpíadas de Paris chegaram ao fim neste domingo (11) com dois países a menos na lista de medalhistas. Em Tóquio-2020, 93 países conseguiram levar medalhas para casa. Nesta edição, foram 91.
Por quantidade de medalhas, a ordem é: Estados Unidos (126), China (91) e Grã-Bretanha (65).
Na edição anterior, os americanos levaram 113, seguidos de China (89) e do Comitê Olímpico Russo (71).
Já no quadro geral, que prioriza ouro, o ranking é encabeçado por EUA, China, Japão, Austrália, França, Países Baixos e Grã-Bretanha.
O número de delegações medalhistas cresce de forma gradativa desde o início da história olímpica, em 1896 (quando só 11 países levaram a honraria para casa). O crescimento se acentua depois do fim da Segunda Guerra, com um boom do fim dos anos 1980 até hoje.
Nos últimos 20 anos, o aumento de países medalhistas foi de 23%.
Considerando a população, entre os 20 primeiros colocados no quadro geral desta edição, o menor país é a Nova Zelândia. Com 5,2 milhões de habitantes menor que da cidade do Rio de Janeiro (6,2 milhões), o país conquistou o mesmo número de medalhas que o Brasil (20), mas ficou à frente no quadro geral porque teve 10 ouros, enquanto o Brasil teve três.
Em Paris, dois países caribenhos com menos de 200 mil habitantes ganharam medalhas pela primeira vez em sua história. Thea LaFond-Gadson, de Dominica, ficou com a medalha de ouro no salto triplo feminino, e Julien Alfred, de Santa Lúcia, ganhou a medalha de ouro nos 100 m rasos femininos.