Brasil vota contra resolução na OMS que pede garantia de saúde a palestinos
Projeto foi aprovado com 83 países a favor e apenas 14 governos contrários

Foto: Getty Images
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) votou nesta quarta-feira (26), contra uma resolução apresentada na Organização Mundial da Saúde (OMS) pedindo que a situação de saúde dos palestinos fosse avaliada e que a crise sanitária nos territórios ocupados seja atendida pela agência internacional, inclusive com acesso às vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O projeto, apresentado por países árabes, foi aprovado por 83 votos. Outros 14 países se manifestaram de forma contrária e 39 se abstiveram de participar da votação.
De acordo com reportagem do jornalista Jamil Chade, no UOL, o Brasil votou ao lado de países tradicionalmente aliados de Israel, como os Estados Unidos, Austrália, Áustria e Reino Unido, além de governos de extrema-direita, como o da Hungria. “O argumento é de que a Assembleia Mundial da Saúde não é o local para lidar com a situação de tensão entre palestinos e israelenses”, destaca o jornalista no texto.
Chade observa que “desde 2019, o governo Bolsonaro abandonou a tradicional postura do Brasil na questão palestina e se aproximou de uma forma clara do governo de Benjamin Netanyahu”. “Com a queda de Ernesto Araújo de seu cargo de chanceler, o novo chefe da diplomacia brasileira, Carlos França, deu sinais de que iria buscar uma postura mais equilibrada na relação entre árabes e israelenses. Mas, na OMS, o voto do Brasil não mudou e o apoio aos israelenses continua”, completa.
Com a queda de Ernesto Araújo de seu cargo de chanceler, o novo chefe da diplomacia brasileira, Carlos França, deu sinais de que iria buscar uma postura mais equilibrada na relação entre árabes e israelenses. Mas, na OMS, o voto do Brasil não mudou e o apoio aos israelenses continua.
Diversos países escandinavos alertaram que estão preocupados com a situação de saúde nos territórios palestinos. Mas que optaram por se abster no voto por não achar que a OMS seja o local adequado para que a crise seja lidada. Esses governos, porém, não votaram contra a resolução. O documento é aprovado num momento de duras críticas diante dos resultados da ofensiva militar de Israel em Gaza, com mais de 200 mortos. O governo de Benjamin Netanyahu ainda foi criticado por não ter adotado o mesmo ritmo de vacinação para a população israelense e palestina.