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Economia

Brasileiros admitem que gastam mais do que o orçamento permite, aponta levantamento

Inadimplência no país é provocada por redução de renda, imprevistos e perda do emprego

Por Da Redação
Ás

Brasileiros admitem que gastam mais do que o orçamento permite, aponta levantamento

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O cenário econômico do Brasil tem sido um desafio para o governo do presidente Lula (PT) e a alta inadimplência da população assombra as famílias. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise Pesquisas, as principais causas da inadimplência entre os que têm dívidas em atraso foram: diminuição da renda (18%), imprevistos como problemas de saúde, morte, manutenção da casa ou do carro (17%), perda do emprego ou tiveram alguém da família que ficou desempregado (14%), alta dos preços (13%) e a falta de controle financeiro (12%).

A falta de organização financeira também influencia nesse cenário, uma vez que 25% dos entrevistados admitiram ter realizado alguma compra que sabiam que não conseguiriam pagar; 54% fizeram uma compra que sabiam que seria difícil de pagar; e 41% fizeram compras sem considerar se conseguiriam ou não pagar.

​Entre aqueles que ficaram inadimplentes por descontrole financeiro, 36% dizem que queriam muito comprar algo e, se fossem esperar sobrar dinheiro, iria demorar muito para realizarem sua compra. Já 27% não negociaram bem no momento da compra, 25% queriam comprar algo novo para usar em um evento importante de forma a sentirem-se mais valorizados, e 23% estavam tristes e acabaram comprando para se sentirem melhor.

Ainda considerando aqueles que ficaram inadimplentes por descontrole financeiro, 64% afirmam ter buscado ajuda para controlar melhor suas finanças, principalmente com parentes e amigos (29%); especialistas em educação financeira/finanças (23%); e em sites na internet (22%). Por outro lado, 36% não buscaram ajuda nesse sentido.

Inadimplentes admitem que gastam mais do que o orçamento permite

A impulsividade para adquirir um produto ou serviço sem pensar no impacto nas contas mensais pode colocar em risco o equilíbrio do orçamento. Nesse aspecto, a pesquisa aponta​ que 53% dos inadimplentes concordam que gastam mais dinheiro do que o orçamento permite; 44% admitem que quase sempre cedem aos seus impulsos, quando querem muito comprar algo; 44% afirmam que algumas vezes acabam fazendo compras não planejadas para se sentirem melhores e se valorizarem nos dias em que não estão muito bem;​  40% admitem que se endividaram porque o prazer de comprar é maior do que o seu controle financeiro;​ e 36% dizem que as pessoas afirmam que eles compram demais.​

Quando se trata da forma de agir em relação ao uso do dinheiro e das dívidas nos relacionamentos pessoais, 69% evitam falar sobre dinheiro com qualquer pessoa; 51% dizem que sua reputação está sendo afetada pelas dívidas atrasadas; 45% admitem que se sentem pressionados a gastar mais quando estão com a família e amigos; 36% relatam que a forma como gastam seu dinheiro é motivo frequente para brigas com os pais, familiares próximos e/ou cônjuge; e 27% admitem que costumam mentir para encobrir seu descontrole com as compras.

Inadimplentes acreditam que quitar dívidas vai comprometer o pagamento de água e luz 

Oito em cada dez inadimplentes afirmam que tem condições de pagar as dívidas nos próximos três meses (82%), sendo que 44% pretendem quitar as pendências integralmente e 31% parcialmente. Por outro lado, 18% não têm condições de pagar suas dívidas nesse período.

Chama a atenção que se 86% dos entrevistados quitassem todas as dívidas atrasadas, o pagamento das suas contas básicas com água, luz, telefone, alimentos e aluguel (se houver) estaria comprometido, seja totalmente (47%) ou parcialmente (39%). Já 12% não comprometeriam as contas básicas, caso quitassem suas dívidas.

Um quarto dos entrevistados (25%) afirmam ainda que as dívidas em atraso representam entre 25% e metade da sua renda mensal, enquanto 24% afirmam que representam entre metade e 75%.

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