Economia

Brasileiros retiram valor recorde da caderneta de poupança em maio

Em 2023, saques superam depósitos em R$ 69,23 bi

Por Da Redação
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 Brasileiros retiram valor recorde da caderneta de poupança em maio

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

No mês de maio, a financeira mais tradicional do país continuou registrando retiradas recordes de recursos. De acordo com o Banco Central, os brasileiros sacaram R$ 11,75 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, marcando a maior retirada líquida para meses de maio desde 1995, quando a série histórica teve início. Em contraste, no mesmo período do ano passado, os correntistas haviam depositado R$ 3,51 bilhões a mais do que sacaram.

Com esse desempenho em maio, a poupança acumula uma retirada líquida de R$ 69,23 bilhões no ano, o maior valor para o período desde 1995. Nos primeiros cinco meses do ano passado, os saques superavam os depósitos em R$ 46,73 bilhões.

Em 2022, a caderneta de poupança registrou uma fuga líquida recorde de R$ 103,24 bilhões, em um contexto de alta inflação e endividamento. Embora os rendimentos tenham voltado a superar a inflação devido aos aumentos da taxa Selic, outras aplicações de renda fixa continuam mais atrativas do que a poupança.

Em 2020, a poupança havia alcançado uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões. Esse resultado foi impulsionado pela instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de COVID-19 e pelo pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

Já em 2021, a poupança teve uma retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi afetada pelo fim do auxílio emergencial, pelos baixos rendimentos e pelo aumento do endividamento dos brasileiros.

Quanto aos rendimentos, até recentemente, a poupança rendia 70% da taxa Selic. No entanto, desde dezembro do ano passado, passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, devido ao aumento da Selic acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez com que a aplicação financeira deixasse de perder para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020.

Nos últimos 12 meses até maio, a poupança teve um rendimento de 8,38%, conforme dados do Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 4,07%. Os dados do IPCA cheio de maio serão divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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