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Buscas por fugitivos de Mossoró completam um mês nesta quinta-feira (14)

Detentos foram vistos em diversas ocasiões na região, mas ainda não foram capturados

Por Da Redação
Ás

Buscas por fugitivos de Mossoró completam um mês nesta quinta-feira (14)

Foto: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais

Há exatamente um mês, no dia 14 de fevereiro, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de “Deisinho” fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.  Essa foi a primeira fuga registrada na história em penitenciárias de segurança máxima federal, que conta com cinco presídios. 

Os dois fugitivos são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho e foram transferidos do Acre para o presídio de  Mossoró junto com outros 12 detentos após participarem de uma rebelião que deixou cinco mortos. 

Fuga

“Tatu” e “Deisinho”  escaparam pela luminária que estava na cela, chamada pela perícia da Polícia Federal de “shaft de manutenção”. Após isso, eles  se deslocaram através de um espaço que interliga as celas. Posteriormente, os presos conseguiram acessar o telhado do presídio e desceram utilizando um poste de luz localizado nas proximidades.

Na cela dos fugitivos foram encontrados artefatos artesanais contendo materiais metálicos que teriam sido utilizados para realizar os cortes e perfurações necessários para a fuga. O concreto foi quebrado por “objetos artesanais metálicos”, como alicates, permitindo assim a abertura do espaço de fuga.

Para ter sucesso na fuga, eles precisaram romper oito barreiras de segurança para chegar ao lado de fora da penitenciária. São eles: Porta da cela, gaiola (2 portas), monitoramento de câmeras local, sala de Controle em Brasília, rondas e postos fixos de agentes, torres externas (4), tela dupla (10 metros), revista diária da cela. 

Aparições 

Dois dias após a fuga, na noite do dia 16 de fevereiro, os dois criminosos fizeram uma família refém, na zona rural de Mossoró, de acordo com relatos feitos aos investigadores do caso. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.

Segundo a polícia, os fugitivos ficaram, cerca de oito dias, em um esconderijo na região de Baraúna, a 22 Km do presídio. Foram encontrados facão, lona e embalagens de alimentos na mata.

Um buraco que teria sido usado para esconderijo também foi encontrado. Investigadores acreditam que eles ficavam no local durante a noite para que não fossem identificados pelos drones com sensor de calor humano.

Ronaildo da Silva Fernandes, dono da propriedade onde estava localizado o esconderijo, disse à polícia que foi coagido a ajudar, mas os investigadores descobriram que ele recebeu R$ 5 mil dos fugitivos. Com isso, ele acabou sendo preso pela Polícia Federal no dia 26 de fevereiro. 

No mesmo dia, os fugitivos entraram em uma casa e roubaram 3 celulares e logo em seguida partiram em fuga. Policiais acharam um celular em uma das possíveis rotas de escape dos bandidos.

No dia 3 de março, forças de segurança cercaram uma fazenda em Baraúna, após moradores da região relatarem ter visto os foragidos durante a madrugada. Os dois teriam invadido uma propriedade rural e agredido um agricultor. De acordo com policiais que participam das buscas, os detentos roubaram outros moradores.

Prisões 

Em um mês de busca, seis pessoas foram presas por ligação com a fuga. Em 21 e 22 de fevereiro, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de terem ajudado os criminosos.

Segundo as investigações, o primeiro acusado foi preso no dia 21, quando chegava em casa em Mossoró. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva emitido pela Justiça.

Outros dois suspeitos foram presos em flagrante, no dia 22, com armas e drogas, também em Mossoró. Na ação, os policiais também apreenderam um carro, que seria periciado.

No dia 23 de fevereiro, o irmão de Deibson Cabral do Nascimento foi preso em Rio Branco, no Acre. Johnney Weyd Nascimento da Silva que tinha um mandado de prisão em aberto e é condenado por roubo e por participação em organização criminosa.

Os policiais da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Acre chegaram até ele em virtude das investigações contra o irmão, um dos criminosos que fugiu de Mossoró, mas o motivo da prisão não foi informado.

O quinto preso foi o dono do sítio que abrigou os dois fugitivos e tinha o esconderijo na mata, recebendo pagamento de R$ 5 mil.

A última prisão ocorreu na sexta-feira (8), quando a Polícia Federal deteve um homem de 31 anos, em Fortaleza, acusado de prestar apoio aos criminosos.

Ações e buscas

Após a fuga de Rogério e Deibson, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou o afastamento imediato da então direção da Penitenciária Federal em Mossoró e escalou um interventor para comandar a gestão da unidade.

Lewandowski também determinou a revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais do país, inclusive a implantação de reconhecimento facial e a construção de muralhas nos presídios federais. 

No dia 15 de fevereiro, a Interpol incluiu os nomes dos dois criminosos na difusão vermelha, lista de criminosos procurados internacionalmente.

Em 19 de fevereiro, o Ministro da Justiça autorizou o uso da Força Nacional nas buscas. Após dois dias, o uso da Força Penal Nacional para o reforço da segurança externa da Penitenciária Federal também foi autorizado.

Dois dias depois, a corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) afastou três servidores que atuam no presídio federal de Mossoró (RN). Os funcionários eram os responsáveis pelas áreas de inteligência, segurança e administração do presídio.

No dia 24, a Polícia Federal anunciou uma recompensa de até R$ 30 mil por informações sobre fugitivos

No dia 2 de março, Fernandinho Beira-Mar e mais 22 presos foram transferidos de presídio em Mossoró. Eles foram espalhados pelas quatro outras penitenciárias federais do Brasil.

Atualmente, mais de 600 agentes de segurança para tentar recapturar os fugitivos. Na última quarta-feira (13), Lewandowski informou que a força-tarefa acredita que a dupla continua na região Oeste do Rio Grande do Norte, entre os municípios de Baraúna e Mossoró, onde o trabalho tem sido concentrado.

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