Economia

Café tem o maior preço dos últimos 25 anos, afirma Dieese

O valor da segunda bebida mais consumida no país apresentou uma elevação de 40% nos últimos 12 meses

Por Da Redação
Ás

Café tem o maior preço dos últimos 25 anos, afirma Dieese

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O café, segunda bebida mais consumida no Brasil, ficando atrás somente da água, obteve o maior preço dos últimos 25 anos, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O Brasil é o maior produtor de café no mundo. Ainda assim, o valor da bebida apresentou uma elevação de 40% nos últimos 12 meses. Em Florianópolis, por exemplo, capital com a cesta básica mais cara do país, o aumento foi de 60%.

De acordo com Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), o preço não deve cair em 2022, só a partir do ano que vem. “Creio que numa safra maior, em 2023, com os preços dos insumos mais ajustados, o valor volte ao normal”, explicou.

“A indústria hoje paga um custo muito mais elevado que no ano passado, quando tínhamos um preço situado em torno de R$ 550 a R$ 600 (e hoje chega a R$ 1.500). Justamente por isso, com o preço alto para o produtor, consequentemente o valor aumenta para o consumidor”, completou o líder do CNC.

O aumento do dólar, a subida nos preços dos insumos, a dificuldade de embarque para exportação e a pandemia contribuíram para a alta do café, explica Celírio Inácio, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

“Todos esses fatores fizeram com que o preço da saca de 60 kg ultrapassasse os R$ 1.500, valor que há 25 não se via no mercado. Além disso, em 2021 o setor cafeeiro sofreu muito com as intempéries climáticas. A falta de chuva por um tempo prolongado ou o excesso dela contribuiu para o aumento de preço”, afirmou o diretor da Abic.

Com base no levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Inácio diz: “Há uma expectativa de colher 50 milhões de sacas, mas por se tratar de uma commodity [um produto negociado em bolsa], a insegurança continua firme, sustentando os preços em alta”, disse.

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