Câmara deve votar cassação de Chiquinho Brazão após o primeiro turno das eleições municipais
Deputado está preso, acusado de envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
Foto: Bruno Spada/ Câmara dos Deputados
O plenário da Câmara dos Deputados deve decidir sobre a cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) somente após o primeiro turno das eleições municipais, marcado para 6 de outubro. Brazão, que está preso, é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
A informação foi confirmada pelo deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), após a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) realizada na segunda-feira (23). Ayres foi relator do recurso da defesa de Brazão, que contestava a decisão do Conselho de Ética, favorável à cassação do deputado. O parecer de Ayres, contrário ao recurso da defesa, foi aprovado por ampla maioria da CCJ, com 57 votos a favor e apenas dois contrários.
Apesar da aprovação no Conselho de Ética, a decisão final sobre a perda do mandato de Brazão depende de votação em plenário. Para que a cassação seja confirmada, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados.
Acusação e defesa
Chiquinho Brazão e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), são apontados pela Polícia Federal como mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. A motivação, segundo a PF, estaria relacionada à disputa sobre grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro, com Brazão defendendo a regularização de áreas controladas por milícias.
Durante a reunião do Conselho de Ética, Chiquinho Brazão participou por videoconferência e voltou a declarar sua inocência. "Sou completamente inocente. A Marielle era minha amiga. Nós votávamos juntos em muitas questões", afirmou o deputado em sua defesa.