Câmara envia argumentos ao STF e diz que regras atuais de emendas parlamentares foram cumpridas
Ministro Flávio Dino suspendeu as emendas por falta de transparência nos repasses
Foto: STF/Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na madrugada desta sexta-feira (27), uma série de informações solicitadas pelo ministro Flávio Dino sobre a legalidade das emendas indicadas pelas comissões parlamentares da Casa.
Na última segunda (23), Dino suspendeu o pagamento dessas emendas por entender que as indicações não obedeciam os novos critérios de transparências que foram previamente decididos.
No ofício ao STF, a Advocacia da Câmara diz:
que "não procedem os argumentos de que a deliberação das emendas de comissão é oculta ou fantasiosa, já que está detalhadamente documentada nos autos, com publicação ampla na internet";
que a suspensão do funcionamento das comissões entre os dias 12 e 20 de dezembro não teve relação com as emendas e que é "praxe nesta Casa, quando se verifica a necessidade de apreciação pelo Plenário de matérias urgentes e relevantes para o País";
que os líderes partidários, ao confirmar as emendas já indicadas pelas comissões, se basearam "em entendimentos uniformes de seis consultorias jurídicas do Poder Executivo" – e, por isso, não houve desobediência à decisão do STF.
O documento diz, ainda, que a continuidade da suspensão dos pagamentos pode "causar danos e riscos de descontinuidade de serviços públicos fundamentais, notadamente na saúde".
A Câmara repete também no conteúdo a argumentação que Lira havia expressado na quinta (26), de que as emendas de comissão confirmadas no início de dezembro estão de acordo com a nova legislação sobre o tema.
A decisão de Dino foi uma resposta a um pedido do PSOL, que apontou irregularidades na destinação de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.
Lira disse que espera que, após o recesso de Natal, o STF analise os argumentos da Câmara e retome os pagamentos.