Política

Câmara instala comissão para analisar denúncias sobre violência contra yanomamis

Grupo acompanhará ações do Congresso na comunidade de Aracaçá, em Roraima

Por Da Redação
Ás

Câmara instala comissão para analisar denúncias sobre violência contra yanomamis

Foto: Lucas Lima/ISA

A Câmara dos Deputados instalou nesta terça-feira (10) uma comissão externa para acompanhar as denúncias de violações de direitos contra indígenas na Terra Yanomami. 

A comissão foi criada na última semana e será composta por 13 membros, sendo coordenada pela única parlamentar indígena do Congresso, a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR).

O Congresso Nacional está investigando também a denúncia de que uma menina yanomami, de 12 anos, teria morrido após ter sido estuprada por garimpeiros na comunidade de Aracaçá, em Roraima. O caso foi denunciado pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, que também relatou a morte de uma outra criança, de 3 anos, devido à ação de garimpeiros.

Segundo a Polícia Federal, na última sexta-feira (06), ainda não foram encontrados indícios dos supostos crimes. O delegado Daniel Ramos apontou também que a denúncia pode ter sido originada por um “conflito de narrativas”.

Agora, a PF aguarda laudo de cinzas coletadas na cabana encontrada queimada no local em busca de material biológico.

Ações da Comissão
As diligências iniciais do grupo devem focar em acompanhar a denúncia e investigação feita pelas autoridades locais. Além disso, a deputada Joenia Wapichana ressaltou que a comissão também deve levantar os “relatos contínuos” de violência contra os yanomamis.

“Existe violência na área yanomami e não somente neste caso da menina que pode ter sido estuprada. Todos esses casos em Roraima merecem ser averiguados”, afirmou.

As comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara estarão presentes na comunidade Aracaçá nestas quarta (11) e quinta (12) a fim de acompanhar o trabalho de investigação e conversar com lideranças indígenas.

A coordenadora prevê que, além de reuniões semanais, a comissão escute também autoridades e especialistas para fazer um diagnóstico da situação dos yanomamis e as ações do governo federal sobre a situação.

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