Política

Câmara nega urgência para analisar projeto das fake news

Proposta estabelece regras para uso das redes sociais por autoridades públicas

Por Da Redação
Ás

Câmara nega urgência para analisar projeto das fake news

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (6) a urgência para a deliberação do projeto de lei das fake news. A proposta estabelece regras para o uso de redes sociais por autoridades públicas, além de determinar penalidades em casos de disseminação de informações falsas, entre outras medidas.

Ao todo, a votação contou com 249 votos a favor, 207 contrários e 1 abstenção. No entanto, para aprovação, era necessário ter maioria absoluta de 257 votos. 

Agora, o projeto poderá ser analisado por comissões, ou um novo requerimento de urgência pode ser apresentado. Caso aprovada, a proposta seria votada diretamente em plenário.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia tentado fechar acordo para aprovar a urgência. Partidos da base do governo, como o PL, Novo, PTB e Cidadania, no entanto, votaram contra a proposta. 

“Eu estou dizendo que nós deveríamos discutir o assunto, não politizar o assunto. Esse é um assunto sério, que vai influenciar para o bem ou para o mal a vida de todo mundo”, argumentou Lira durante a votação.

O líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP), também orientou contra a urgência para a proposta. Já o PSDB e Republicanos votaram pela aprovação da urgência, sem compromisso com a bancada de autoria do texto.

O relator, deputado Orlando Silva (PC do B), deve promover mudanças ao relatório já apresentado a fim de aprovar a urgência. Segundo ele, o período pré-eleitoral possa inflamar a discussão, mas a matéria não tem intuito nas eleições. 

“O texto não é para a eleição. São regras para o funcionamento da internet, para uma internet mais saudável, conexão entre pessoas, estímulo da atividade econômica”, afirmou. “Nós não podemos ser omissos em não fixar parâmetros, regras, para o funcionamento na internet. Se não fizermos isso, o poder Judiciário fará, tomará decisões interpretando a Constituição Federal”, completou.

Segundo ele, o objetivo da proposta é “encontrar um caminho para identificar quem é o autor da fake news que se espalha por aí”.

“Nós criamos mecanismos para que haja não só o direito de contraditório, para impedir a vitalização das mentiras e que as plataformas cumpram com determinadas regras que farão com que a internet ajude o desenvolvimento econômico, mas que os impostos captados que deveriam ser pagos no Brasil sejam pagos no Brasil, que hoje muito fica no mundo afora”, explicou.

Já a deputada Bia Kicis (PL-DF), da base governista, apontou que teor do projeto é “preocupante”. “Porque o que se diz é um projeto de combate às fake news é um projeto que, na verdade, entrega o monopólio da informação aos grandes veículos, como O Globo, por exemplo”, argumentou.

“Agora ele está contaminado, é a forma que a esquerda tem para tentar voltar ao poder”, disse o deputado Giovani Cherini (PL-RS), defendendo que o tema seja discutido após as eleições somente.

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