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Campanha da Fraternidade 2021 debate "cultura da violência" contra mulheres, negros, indígenas e LGBTIQ+

Tema é "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor"

Por Da Redação
Ás

Campanha da Fraternidade 2021 debate "cultura da violência" contra mulheres, negros, indígenas e LGBTIQ+

Foto: Ariel Schalit/AP

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai lançar na próxima quarta-feira (17), a Campanha da Fraternidade de 2021, com o tema "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor". A campanha da fraternidade é tradicionalmente realizada pela Igreja Católica em parceria com instituições cristãs desde a década de 1960. No texto-base que detalha a iniciativa e é escrito por membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), a CNBB faz críticas relacionadas aos seguintes temas:

-"Negação da ciência" durante a pandemia de Covid-19;
-Atuação do governo federal no combate ao coronavírus;
-Igrejas que não respeitaram o distanciamento social;
-A "cultura de violência" contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTIQ+.

“A CFE 2021 quer convidar os cristãos e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual”, afirmou a CNBB em nota.

A confederação representa os bispos do país, e funciona como uma espécie de entidade de classe. O lançamento do tema ocorre sempre na quarta-feira de cinzas, quando tem início a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. O assunto é difundido nas celebrações e programações da comunidade religiosa.

De acordo com a CNBB, o texto da Campanha da Fraternidade de 2021 cita dados do Atlas da Violência 2020. De acordo com os dados da publicação, em 2018 "420 pessoas LGBTQI+ foram assassinadas, destas 164 eram pessoas trans". "Estes homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso, de vozes contra o reconhecimento dos direitos das populações LGBTQI+ e de outros grupos perseguidos e vulneráveis", diz texto da Campanha da Fraternidade.

O documento contextualiza parte da história da relação entre a religião e a sociedade, fazendo um paralelo com o cenário atual. O material aponta ainda que a juventude negra, mulheres, povos tradicionais, imigrantes, grupos LGBTQI+, "por causa de preconceito e intolerância, são classificados como não cidadãos e, portanto, inimigos do sistema". "Jesus questionou essas estruturas de poder e desigualdade. As pessoas não poderiam ser descartadas e sofrer as consequências para a manutenção de um poder segregador", diz o documento.

Covid-19

O documento aponta ainda que "o governo brasileiro não adota políticas efetivas no combate à Covid-19”, e que a pandemia "dilacerou famílias e deixou espaços vazios na cultura nacional". Diz ainda que "algumas igrejas reivindicaram o direito de permanecerem abertas, realizando suas celebrações, apesar das aglomerações causarem contaminações e mortes". "Surgiu a discussão sobre o que seria essencial no papel desempenhado pelas igrejas: o templo aberto e as celebrações numerosas ou o serviço ao próximo e à próxima?", questiona o documento.

Após a divulgação do texto-base, o posicionamento da CNBB e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) foi criticado nas redes sociais por parte de alguns internautas. Com isso, algumas pessoas nas redes sociais defendem que fiéis não façam doações para a campanha, que também tem como objetivo arrecadar recursos para melhorias nas igrejas e projetos sociais.
 

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