Cannabis pode aliviar dores da endometriose, revela estudo
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta de 10% a 15% das brasileiras em idade fértil
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Cientistas revelaram que substâncias presentes na cannabis, como o THC (Tetrahidrocanabinol) e o CBD (Canabidiol), possuem potencial para aliviar as dores enfrentadas por mulheres que sofrem de endometriose. A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta de 10% a 15% das brasileiras em idade fértil. O estudo sugere que o sistema endocanabinoide (SEC), composto por neurônios endocanabinoides e microbiota no intestino, se liga a receptores no sistema nervoso central, desempenhando um papel no desenvolvimento e progressão da endometriose.
Os efeitos analgésicos dos endocanabinoides, semelhantes aos canabinoides externos presentes na cannabis, suprimem o processamento de sinais de dor no cérebro. O estudo destaca a administração de THC e CBD como protetora contra a endometriose, observando efeitos positivos no intestino, como a redução da inflamação e melhoria da permeabilidade intestinal.
As conclusões promissoras dos pesquisadores, provenientes da Austrália e da Nova Zelândia, indicam os benefícios terapêuticos potenciais do CBD e do THC no alívio da dor associada à endometriose. Os autores do estudo enfatizam a necessidade de realizar estudos em humanos para validar esses resultados.
Mulheres com endometriose frequentemente experimentam cólicas intensas durante o período menstrual, além de sangramentos intestinais, urinários e durante a menstruação. O estudo sugere que os canabinoides presentes na cannabis podem oferecer alívio para esses sintomas.
O tratamento convencional da endometriose envolve o uso contínuo de contraceptivos orais ou DIU medicado para bloquear hormonalmente a menstruação, reduzindo assim as dores. Em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos podem ser recomendados para remover o tecido endometrial afetado.
O diagnóstico precoce da endometriose é crucial, e mulheres que apresentam cólicas intensas devem procurar um ginecologista especializado. Embora não haja prevenção genética, controlar fatores ambientais, hábitos de vida e realizar diagnósticos precoces são medidas eficazes.