Vídeo: Cantora baiana alvo na Operação Faroeste diz que família é inocente
Amanda Santiago é filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Filha da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago e ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia presa na Operação Faroeste há um ano, a cantora Amanda Santiago divulgou um vídeo afirmando que ela e a mãe são inocentes. A artista foi um dos 35 alvos de mandados de busca e apreensão da nova etapa da operação, deflagrada nesta segunda-feira (14).
A Operação Faroeste investiga um suposto esquema criminoso de venda de decisões judiciais no TJ-BA.
Em um vídeo encaminhado à imprensa, a cantora baiana diz que ela e a família são inocentes e que provas dessa inocência já foram apresentadas. "A minha família é inocente, eu sou inocente, minha mãe é inocente. Eu digo isso porque minha mãe está em uma preventiva há mais de um ano. Já apresentamos provas, já apresentamos perícias, tudo para provar a inocência dela. A impressão que eu tenho é que a gente não está sendo ouvido".
Em nota, a defesa da desembargadora Maria do Socorro afirmou que Amanda não tem qualquer envolvimento no esquema investigado.
Amanda também falou sobre o cumprimento de mandado de busca e apreensão feito pela Polícia Federal, nesta segunda (14). "Ontem [segunda, 14] eu me deparei com uma situação onde falavam que eu tinha oito milhões [de reais] de rendimento, sei lá, e eu tenho como provar que isso não é verdade. Assim como falaram que minha mãe tinha 17 milhões [de reais], e isso não foi verdade, já foi provado. Eu quero dizer que eu sou uma das filhas delas, nós somos três filhas que estamos muito assustadas. Porque a gente já imaginava que isso ia acontecer com uma das filhas, e eu quero pedir apoio de vocês em oração, porque a justiça divina não falha".
Amanda Santiago foi citada na delação premiada de um dos advogados acusados de negociar compras de sentenças. Ao Ministério Público Federal, ele denunciou a existência de cinco grupos de atuação no esquema: "Orcrim da desembargadora Lígia Cunha", "Orcrim da desembargadora Ilona Reis", "Grupo criminoso do desembargador Ivanilton da Silva", "Orcrim do desembargador Gesivaldo Britto" e o "Orcrim da desembargadora Maria do Socorro".
Segundo as investigações, a cantora apresentou movimentação financeira de mais de R$ 8 milhões no período analisado pelas autoridades, apesar de declarar R$ 1 mil em renda neste mesmo tempo.
A análise da movimentação bancária da artista também apontou transferências "vultuosas" para a desembargadora Maria do Socorro, que variavam entre R$ 25 mil e R$ 80 mil. Ela é ré na operação e está presa por envolvimento na organização criminosa.
Por meio de nota, os advogados que defendem a desembargadora Maria do Socorro afirmaram que Amanda não tem qualquer envolvimento no esquema investigado. Disseram também que a busca e apreensão realizada na casa de
Amanda foi para "inviabilizar o julgamento do agravo regimental em que se discute a real necessidade da prorrogação de uma prisão cautelar que já ultrapassa um ano".
Os outros 34 mandados de busca e apreensão das 6ª e 7ª fases da operação Faroeste foram cumpridos em Salvador, em Barreiras, Catu, Uibaí e em Brasília.