Caravelas-portuguesas assustam e queimam banhistas em várias praias da Bahia; confira os riscos e cuidados
Somente em um dia, 22 pessoas foram queimadas em Salvador
Foto: Reprodução/Sergio-sq/Pixabay
De acordo com estudos, o aumento na temperatura dos oceanos deixou praias de Salvador em alerta. Após a chegada das caravelas-portuguesas, que são pequenos animais de cor azulada que provocam dor, irritação e queimaduras na pele. Em várias praias da Bahia, a presença desses animais tem assustado banhistas.
Muitos turistas e soteropolitanos foram vítimas desses pequenos animais. “Eu fiquei assustada porque foram várias, mais de três caravelas ao mesmo tempo. Dói muito, como se estivesse levando um choque”, conta a professora Cecília Alves, que teve queimaduras durante uma competição de surfe.
“Fiquei impressionado com a quantidade. Isso até evitou meu banho, porque fiquei preocupado de levar uma sapecada e ficar em uma situação de desconforto”, diz Marcello Picorelli, turista do Rio de Janeiro.
O Alerta
O alerta foi redobrado depois para os banhistas que vão estar na parte litoranea. Em uma praia de Salvador, é grande a quantidade de caravelas na beira do mar, levadas pelo vento e pelas correntes. Somente em um dia, 22 pessoas foram queimadas lá.
São tantos casos nessa época do ano que a SalvaMar decidiu adotar uma estratégia especial: sinalizar com bandeira roxa as praias onde há inúmeros caravelas.
“A ideia é evitar o banho de mar em um momento que entender que tem uma bandeira roxa ali sinalizando o perigo com animais marinhos. A caravela portuguesa não tem capacidade natatória. Então, elas são levadas através dos ventos, das frentes frias, das correntes marinhas e das ondas”, disse Kailane Dantas, coordenador da SalvaMar.
Como a vinda desses animais, a monitoração vem sendo pauta para os pesquisadores brasileiros, que apontam o aumento da temperatura dos oceanos como principal motivo.
“Com a temperatura da água mais elevada, ocorre alteração na fisiologia reprodutiva, o que resulta em mais animais se reproduzindo e, como consequência, mais animais chegando nas nossas praias”, afirma Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da UFBA.
A Recomendação
O Ministério da Saúde explica que, para quem tiver queimadura de contato com esses animais, é preciso lavar o local com água salgada e nunca água doce, além de utilizar vinagre branco, que ajuda a neutralizar o efeito do veneno.
“Sempre trago comigo um vinagre no bolso para cortar a ação da toxina nos tentáculos das caravelas”, conta o surfista amador Eduardo Catharino.