Carla Zambelli propõe análise da condenação no STF por inteligência artificial
Deputada federal desafia decisão de Alexandre de Moraes e afirma que irá recorrer

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por crimes cibernéticos, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) questionou publicamente a decisão e sugeriu que a sentença do ministro Alexandre de Moraes seja analisada por uma inteligência artificial, especificamente o ChatGPT.
A declaração foi feita nesta quinta-feira(15), durante coletiva de imprensa na sede do PL, em São Paulo. Segundo Zambelli, o desafio já foi proposto a outros parlamentares e agora está sendo estendido à imprensa. “Eu mando a peça, pra vocês, de decisão do Alexandre de Moraes, o voto dele me condenando a dez anos, vocês joguem isso num ChatGPT e perguntam assim pro Chat: aponte, por favor, se há incongruências e por que a Carla foi condenada, quais as provas apresentadas pra condenação dela. O próprio ChatGPT aponta uns oito tipos de contradições, inclusive, pra defesa”, afirmou.
A parlamentar foi condenada por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos. O hacker Walter Delgatti também foi sentenciado no mesmo processo, recebendo oito anos de prisão. Ambos foram considerados culpados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A decisão do STF também impõe aos réus o pagamento conjunto de R$ 2 milhões em indenização.
Durante a coletiva, Zambelli alegou que sua condição de saúde a impediria de resistir a uma eventual detenção, mas declarou que respeitará a determinação da Justiça. “Ainda que injusta, vou seguir a decisão. Se tiver prisão, vou me apresentar”, disse.
A defesa da deputada informou que recorrerá e já teria recebido sinal positivo para que a Câmara dos Deputados avalie um pedido de suspensão dos efeitos da condenação. A parlamentar segue em liberdade e com o mandato ativo.