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Climatologista do Painel Científico para a Amazônia diz que calor extremo que estamos passando só era previsto pra 2027

Carlos Nobre alerta que mudança do clima chegou antes do esperado

Por Da Redação
Ás

Climatologista do Painel Científico para a Amazônia diz que calor extremo que estamos passando só era previsto pra 2027

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Carlos Nobre, Copresidente do Painel Científico para a Amazônia e climatologista, está preocupado com o calor, a seca e o fogo, que continua a consumir vastas áreas da Floresta Amazônia e do Cerrado. Ele adverte que, este ano, a mudança do clima chegou antes do esperado. Nobre alerta que haverá mais ondas de calor no verão, mas, provavelmente, de duração menor, graças à umidade característica da estação. Temos sofrido com dias em que a temperatura ficou cinco ou mais graus acima da média, passou fácil dos 40°C. Mas isso é a temperatura local, não do planeta. Quando se fala de 1,5°C a mais, se leva em conta a temperatura média da Terra contando todas as estações, os lugares mais frios e quentes, tudo. Esse ano, estamos 1,4°C acima da média global de 1850 e temos sido cozidos vivos. Imagine ainda mais quente.

O El Niño é forte, mas não tanto quanto o de 1997 ou de 2015-16. É poderoso, mas não está só. As chuvas no Sul do Brasil são causadas por ele. Mas há outras forças de magnitude planetária. É o desequilíbrio das mudanças climáticas. São tão poderosas que se contrapõem ao El Niño em alguns casos. Tivemos um ciclone no Mediterrâneo que causou uma inundação no deserto da Líbia, incêndios de dimensões continentais no Canadá, calor recorde no Hemisfério Norte. Nada disso foi o El Niño. A elevação da temperatura do Atlântico gerou furacões terríveis. O El Niño reduz furacões. Estamos no meio de uma queda de braço de forças climáticas planetárias.

Precisamos reduzir as emissões. Os extremos, como o calor que tivemos agora, eram previstos para 2027. Mas o clima está mudando mais depressa. É o ano mais quente desde 1850, quando começaram as medições. O mais tórrido dos últimos 125 mil anos, quando o mar estava sete metros mais alto. Certamente teremos muito calor. Mas como o verão costuma ser mais úmido, as ondas podem não durar tanto. A não ser que tenhamos de novo um sistema de alta pressão como o de 2014 e 2015, que deixou o Sudeste por mais de 40 dias sem chuva em pleno verão.

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