Cármen Lúcia denuncia racismo contra ministra do TSE impedida de entrar em evento do governo
Vera Lúcia era palestrante no seminário e não teve a entrada permitida mesmo após apresentar a carteira funcional de ministra

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, denunciou um caso de racismo cometido contra a também ministra Vera Lúcia Santana Araújo, integrante do TSE, em um evento do governo federal.
O episódio ocorreu na sexta-feira (16) e foi detalhado por Cármen em um desagravo na sessão de terça (20). Segundo a ministra, Vera Lúcia foi barrada na entrada do 25º Seminário Ética na Gestão, promovido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, mesmo após apresentar a carteira funcional de ministra.
Ainda segundo Cármen, Vera Lúcia, que era palestrante no seminário, só conseguiu entrar no evento após serem tomadas providências.
"Racismo é crime, etarismo é discriminação. É inconstitucional, imoral, injusto qualquer tipo de destratamento em razão de qualquer critério que não seja a dignidade da pessoa humana", disse a presidente do TSE, que enviou um ofício para a Comissão de Ética para comunicar oficialmente o episódio.
O evento foi realizado no auditório do edifício do Centro Empresarial da Confederação Nacional do Comércio (CNC), onde diversos órgãos possuem sede, entre eles, a Advocacia-Geral da União (AGU), que também promoveu o evento.
Em ofício enviado ao TSE, a AGU disse que a entrada no prédio é controlada por funcionários terceirizados contratados pelo condomínio. Leia abaixo:
"Embora nem a Comissão de Ética Pública, nem a Advocacia Geral da União exerçam uma gestão administrativa do edifício onde ocorreram os fatos, ali estão sediadas unidades da AGU, em espaços regularmente locados pela CNC. Apesar disso, a AGU adotará todas as medidas cabíveis para compelir os responsáveis pela administração do prédio a tomarem providências imediatas no sentido de responsabilizarem o autor da agressão e implementarem ações educativas e preventivas, a fim de que situações semelhantes jamais se repitam".
A Presidência da República ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto.