Carta de economistas soa como aceno a Guedes e crítica a Bolsonaro, avalia equipe econômica
Na carta, o grupo afirma que a saída definitiva da crise da pandemia da Covid-19 seria a vacinação em massa
Foto: Marcos Corrêa/PR
Economistas analisam a carta aberta assinada por banqueiros e empresários que pede medidas mais eficazes para o combate à pandemia do novo coronavírus como uma crítica ao governo Bolsonaro. O documento foi lido por membros do Ministério da Economia como um aceno à pasta.
Na carta, o grupo afirma que a saída definitiva da crise da pandemia da Covid-19 seria a vacinação em massa. Eles também afirmaram que o Brasil está atrasado no plano de imunização, já que apenas 5% dos brasileiros receberam a primeira dose.
O posicionamento vai de encontro com a fala do ministro da economia Paulo GUedes que pediu velocidade à vacinação e indicou não estar satisfeito com o ritmo do programa de imunização brasileiro. “Cinco por cento da população já foi vacinada, é muito pouco ainda, temos que melhorar muito, trabalhar muito”, disse o ministro na ocasião.
Também na semana passada uma nota técnica divulgada pela Secretaria de Política Econômica da pasta avalia que somente o programa de imunização será capaz de resolver definitivamente a crise econômica.
“As próprias fontes da crise têm em sua origem a própria doença, de forma que só serão sanadas de forma definitiva com a vacinação em massa da população, em especial a dos mais vulneráveis à doença”, afirma o texto da secretaria.
Já o presidente Jair Bolsonaro falou várias vezes contra a eficácia da vacina. O presidente também já afirmou que fazia defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento de pacientes com Covid-19, como Clorquina e arzermectina.
O governo também demorou a fechar acordos de compra de vacinas e chegou a rejeitar propostas de farmacêuticas para a entrega de imunizantes em 2020.