Casa onde viveu Marighella será transformada em instituto e centro de pesquisa
O imóvel fica localizado na Rua do Desterro, na Baixa de Sapateiros
Foto: Reprodução
O deputado federal e poeta, Carlos Marighella, virou um símbolo de luta e resistência desde a Ditadura Militar até os dias atuais. Em um evento realizado nesta terça-feira (10), políticos e artistas se reuniram em São Paulo para iniciar uma campanha para arrecadar fundos para reestruturar a casa onde ele viveu, transformando-a no Instituto Carlos Marighella e Clara Charf, militante e companheira dele.
O imóvel na Rua do Desterro, na Baixa de Sapateiros, em Salvador, já padeceu sob o abandono. A intenção do projeto é reunir documentos sobre a vida dele e fazer da casa um local de pesquisa, memória e formação política, com auditório e exposições temporárias.
O sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, por integrantes da ALN e do MR-8 - dois dos principais grupos contrários à Ditadura Militar - foi um dos momentos mais marcantes da época. Marighella nem sabia do atentado e foi acusado injustamente por ser o rosto mais conhecido que lutava contra o regime. Por isso, em uma emboscada coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, ele foi assassinado.
Marighella militou por 33 anos no Partido Comunista e chegou a ser um dos deputados federais constituintes mais bem votados. Ele perdeu o mandato quando o partido foi cassado e entrou na clandestinidade, se tornando um dos principais organizadores da resistência à ditadura. Ele se tornou inspiração para livros, canções, filmes e até mesmo uma torcida organizada no time soteropolitano Vitória.