Casa Pia lança espaço cultural com visitação guiada gratuita pela história, arquitetura colonial e arte contemporânea!
Aos detalhes...

Foto: Divulgação
A Casa Pia de São Joaquim abre as portas do seu casarão colonial bicentenário, localizado na Calçada, Centro Histórico de Salvador, para proporcionar uma nova experiência aos baianos e aos turistas: uma visita ao Espaço Cultural Casa Pia. O passeio promove o diálogo entre o passado e o presente, em uma viagem pela história, pela arquitetura e pela arte, nos corredores e salões da instituição. No local, está instalada também uma exposição permanente da Paulo Darzé Galeria. A visita guiada é gratuita, e acontece mediante agendamento prévio, através do telefone (71 99669-2876).
Fazem parte do acervo da Casa Pia quadros de relevância histórica, pintados entre os séculos 17 e 20 por artistas renomados; o retrato de Dom Pedro II, em óleo sobre tela, de autor desconhecido, tombado pelo patrimônio nacional; e uma escultura em pedra com texto da Carta Imperial, de Dom Pedro I, datada de 30 de abril de 1828, aprovando os estatutos da Casa Pia. Um memorial guarda a história da instituição, com registros dos provedores, livros de atas das reuniões e de saída dos órfãos, e peças decorativas seculares em prata. Há, ainda, uma caverna no local.
“Nosso acervo mantém viva a história da entidade, que tem grande relevância para a cidade de Salvador. A Casa Pia promove ações sociais e de acolhimento às crianças há 225 anos, tendo sua edificação tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1938”, conta o provedor Jayme Garcia Rosa Filho.
Exposição permanente
Uma mostra permanente está instalada no Salão Dom João VI, com obras de artistas representados pela Paulo Darzé Galeria, promovendo um diálogo entre a arquitetura colonial do espaço e a arte contemporânea brasileira. A exposição conta com obras de artistas como J.Cunha, Anderson AC, Frans Krajcberg e Cristina Sá à venda – com 10% da renda revertida à manutenção da Escola Casa Pia de São Joaquim. A instituição de educação infantil atende hoje a 200 crianças, de 2 a 5 anos, de maneira integral e gratuita.
Dados históricos-arquitetônicos da edificação
O local onde hoje está instalada a Casa Pia de São Joaquim foi construído no início do século 18, para servir de noviciado aos jesuítas, com projeto original remodelado pelo arquiteto francês Charles Bellaville. A construção conventual foi desenvolvida em torno de um grande claustro, formado por quatro corredores com um expansivo pátio em seu centro.
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, o casarão passou a ser propriedade da Coroa – até que, em 1818, o governador da Bahia, Conde da Palma, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Joaquim Francisco do Livramento, o Irmão Joaquim, desde 1799 com os órfãos da cidade de Salvador, solicitou a Dom João VI a concessão das ruínas do antigo noviciado, para que fosse possível acomodar um número maior de meninos. A mudança ocorreu após reformas, em 1825.
Na ocasião, a então Casa Pia dos Órfãos de São José passou a se chamar Casa Pia e Colégio dos Órfãos de São Joaquim, para honrar a memória do seu instituidor. O local desempenhou papel importante na fase de transição do trabalho escravo para o assalariado, retirando menores da rua e dando a eles a oportunidade de aprendizado. A entidade filantrópica deixou de funcionar como orfanato em 2004, em uma adaptação às políticas públicas voltadas à proteção da infância, passando a se chamar Casa Pia de São Joaquim.
Para seguir com seu propósito de acolher e formar, criou uma escola voltada à educação infantil gratuita e integral de crianças em situação de vulnerabilidade, que hoje atende a 200 crianças de 2 a 5 anos. O projeto é mantido através da receita arrecadada com a locação dos espaços do Cerimonial Casa Pia de São Joaquim, que funciona no mesmo local e possui diversos salões, pátio, auditório e igreja, voltados a eventos sociais, culturais, acadêmicos e corporativos.