Casal é condenado a pagar R$ 800 mil em indenização por trabalho análogo a escravidão

Um casal que manteve por mais de 30 anos uma idosa de 80 anos em condições análogas a escravidão, foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$800 mil em salários atrasados e indenização por danos morais. 

A vítima contou que foi procurada no abrigo em que morava para trabalhar como empregada doméstica para o casal. Uma das funções seria cuidar do filho pequeno da família, em troca de um salário mínimo por mês. Porém, desde 1989 ela nunca recebeu nenhum pagamento, nunca teve férias nem períodos de descanso. 

A jornada de trabalho iniciava às 6h até às 23h. Em defesa, o casal alegou que manteve laços familiares com a mulher, argumentando que ela tinha liberdade de ir e vir, mas que por opção própria ela "saia pouco de casa". Eles também disseram que retiraram a mulher de uma situação de rua. 

O casal negou que o trabalho era análogo a escravidão, alegando que a ação seria um "exagero", e que forneciam "tudo que ela precisava", como casa, comida, roupas, e dinheiro para cigarros e biscoitos.

A justiça determinou que os réus registrem a carteira de trabalho da idosa, sob pena de multa diária de R$50 mil reversível a vítima.