Caso Guanambi: Delegado diz que roupas das vítimas de duplo homicídio chamaram atenção de suspeito
Fala polêmica aconteceu em coletiva de imprensa na segunda-feira (13) e gerou protestos na cidade
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O delegado Rhudson Barcelos, responsável pela investigação do duplo homicídio, de mãe e filha, na região rural da cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia, deixou o caso. A saída se deve a uma polêmica afirmação do delegado, durante entrevista coletiva à imprensa local, em que ele diz que as roupas das vítimas teriam chamado a atenção do suspeito.
“Pelo que ficou subentendido e a gente apurou até o momento, não houve premeditação. Ele não tinha a intenção de praticar o estupro específico com as vítimas. Foi uma questão de coincidência, quando ele saiu do trabalho, (...) se deparou com as duas, com aquelas roupas de malhação, de caminhada, obviamente chamando atenção. Ele disse que daí começou a ter desejo sexual e as seguiu. Passou por elas, estacionou e ficou esperando”, declarou Barcelos.
Além disso, o delegado citou na coletiva que no dia em que foi morta, Alcione Malheiros, de 42 anos, teria discutido com o marido no sítio da família. "Nesse dia a vítima tinha tido discussão com marido sítio da família, saíram 11h15 casa do sogro, e a sogra pediu para que ela não levasse a filha adolescente, mas a mãe não viu problema". contou.
As falas de Rhudson repercutiram negativamente nas redes sociais e geraram um protesto feito por mulheres na frente da delegacia na cidade na noite de terça-feira (14). O delegado esteve à frente das investigações desde o início do caso. Ele coordenou a ação que resultou na prisão do suspeito, Marco Aurélio da Silva, de 36 anos. E também participou das oitivas ao suspeito e a testemunhas.
Após as declarações polêmicas, o delegado deixa o caso. A Polícia Civil diz que a mudança ocorreu por conta de uma decisão administrativa, “que ocorre sempre que julgado pertinente”. Ainda segundo a polícia, qualquer inquérito pode passar de um plantonista, caso de Rhudson Barcelos, para o titular.
O inquérito do caso passou a ser coordenado pelo titular da Delegacia Territorial de Guanambi, Giancarlo Giovane Soares.
