Caso Henry: Jairinho diz em depoimento que 'apagou' na noite da morte do menino
Versão contada pelo ex-vereador diverge da declaração dada pela mãe da criança
Foto: Agência Brasil
Em audiência na 2ª Vara Criminal do Rio, nesta segunda-feira (13), o ex-vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, deu um depoimento divergente do declarado pela professora Monique Medeiros, sobre o caso Henry Borel e quem encontrou a criança morta.
Segundo o padrasto do menino, o corpo foi encontrado no quarto do casal no apartamento onde moravam na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e ele não teria ouvido nenhum barulho, até que foi acordado pela mãe de Henry para socorrê-lo.
Monique, a mãe da criança, no entanto, relatou em interrogatório, em 9 de fevereiro, que estava dormindo quando foi avisada por Jairinho que o filho tinha "caído da cama" no quarto ao lado.
À juíza Elizabeth Louro, Jairinho afirmou ter sido acordado por Monique, mas ter sofrido um "apagão", devido à medicamentos que toma todas as noites. Segundo o ex-vereador, ele não sabe dizer como aconteceu, se a professora gritou por ele ou o sacudiu. Ele atribui a falta de memória a um medicamento que toma todas as noites.
O medicamento, segundo Jairinho, teria sido receitado quando ele manifestou síndrome do pânico após o pai dele sofrer um problema cardíaco. O padrasto de Henry afirma que "apagou" por volta das 2h após ter tomado o remédio e confirmou ter mandado naquela madrugada uma mensagem por WhatsApp a uma ex-namorada, às 1h47.
A mãe da criança aponta, em contrapartida, ter tomado dois comprimidos para dormir e ter sido acordada por Jairinho por volta das 3h30. Ao chegar no quarto, Monique afirma que encontrou o filho descoberto, com mãos e pés gelados e "olhando para o nada", com a boca entreaberta.
Imagens do elevador do prédio mostram Monique e Jairinho saindo com Henry às 4h09, horário em que levaram a criança ao hospital Barra D'Or.
Em depoimento, Jairinho diz que Henry não tinha marcas de violência quando deu entrada no hospital, mas médicas que tentaram reanimar a criança em parada cardiorrespiratória apontaram ter encontrado lesões no menino.
"Não tem contexto nenhum de violência. Eu estou sendo injustiçado, como eu daria entrada com uma criança machucada no hospital e as pessoas não iam perceber nada?", questionou Jairinho.
"Eu sou acusado de ligar a um diretor do hospital que se chama Pablo [dos Santos Meneses, conselheiro do Instituto D'Or]. Ligo pro Pablo para dizer se ele poderia me ajudar pra agilizar o óbito, e isso foi visto como algo criminoso, simplesmente pedi pra ele agilizar o óbito.", seguiu.