Caso Hyara: Justiça revoga apreensão do marido da adolescente
Jovem de 14 anos foi apreendido como principal suspeito da morte da cigana
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Justiça da Bahia revogou, nesta segunda-feira (14), a apreensão do adolescente de 14 anos que foi apontado, inicialmente, como suspeito de matar a esposa, Hyara Flor Santos Alves, também de 14 anos. O crime aconteceu em uma comunidade cigana na cidade de Guarantinga, no Sul da Bahia, no dia 6 de julho.
A defesa do adolescente informou que não comenta o teor e as circunstâncias, "mas confirma que houve decisão de liberar o menor". O adolescente deve deixar o sistema socioeducativo do Espírito Santo entre a noite desta segunda e a terça-feira (15).
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) informou que não pode divulgar informações sobre adolescentes que ingressam, cumprem e/ou cumpriram medida socioeducativa de internação nas unidades da instituição.
Inquérito aponta tiro acidental
Na quinta-feira (11), a Polícia Civil concluiu e enviou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) o inquérito sobre a morte da jovem Hyara Flor Santos Alves. O documento apontou que a vítima foi atingida por um tiro acidental disparado pelo cunhado dela, de 9 anos, quando os dois brincavam com a arma no quarto.
A Polícia Civil explicou que, após a menina ter sido atingida, o marido saiu do cômodo onde estava, entrou no quarto e pegou a arma, ainda carregada, da mão do irmão. Por isso, as pessoas o viram com a pistola ao lado do corpo da esposa.
A sogra da vítima foi indiciada por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) e porte ilegal de arma de fogo, considerando que a pistola utilizada no crime pertencia a ela. A mulher havia entregado a arma para Hyara e pediu que a nora guardasse o item.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram descartadas as hipóteses de que o crime teria sido motivado por vingança e que a vítima sofria violência doméstica.
O tio de Hyara também foi indiciado porque, minutos depois do crime, ele foi até a casa dos adolescentes e disparou contra o imóvel. Os tiros atingiram uma porta e uma televisão do local.
O pai de Hyara, Iago Alves, publicou um vídeo na internet após a conclusão do inquérito. Ele afirma que não acredita na versão apresentada pelos delegados e espera que a Justiça não aceite a denúncia do Ministério Público.
A criança de 9 anos que atirou em Hyara não responde criminalmente. Procurado, o Ministério Público disse que analisa o inquérito policial para adotar as medidas cabíveis.
