Caso Mãe Bernadete: suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola entram para o Baralho do Crime
Suspeitos que integram uma facção passam a figurar no naipe de Ouros com três novas cartas
Foto: Divulgação
Foragidos da Justiça, três homens procurados pelo crime de homicídio, com envolvimento na morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como “Mãe Bernadete”, entraram para o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quarta-feira (3). Os inseridos na ferramenta atuam nos municípios de Simões Filho e São Sebastião do Passé, situados na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Na carta mais alta do naipe, o ‘Ás de Ouros’, foi adicionado Marilio dos Santos, o “Maquinista” ou “Gordo”. Ele é apontado como uma das lideranças do grupo criminoso que age nas cidades de Simões Filho e São Sebastião do Passé. Sendo alvo da Operação Pacific, da Polícia Civil, que apurou a morte de Mãe Bernadete.
Investigações apontam que o suspeito agiu como o mandante e mentor intelectual do crime. A líder religiosa, que era representante do “Quilombo Caipora”, localizado na comunidade de Pitanga dos Palmares, foi morta na noite do dia 17 de agosto do ano passado, no interior da sede da Associação Quilombola.
De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), os ideais da ialorixá e a sua luta para manter a ordem dentro da comunidade quilombola, passou a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região. Percebendo que a liderança de Maria Bernadete impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, “Maquinista” deu a ordem para que Bernadete fosse executada.
Ele também é foragido da operação da Polícia Federal batizada de ‘Tarja Preta’, que teve como objetivo de identificar líderes de uma organização criminosa.
O novo representante da carta ‘Dama de Ouros’ é Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como “Café”. Na posição de gerente do tráfico local e sendo apontado na denúncia do MP como subordinado e ‘braço’ direito de “Maquinista”, “Café” teria auxiliado no plano de execução da ialorixá.
Por fim, na carta ‘Nove de Ouros’ foi inserido Josevan Dionisio dos Santos, o “BZ” ou “Buzuim”. Possuindo dois mandados de prisão pelos crimes de homicídio e roubo, ao receber a ordem de “Maquinista” e instrução de “Café”, Josevan é apontado como um dos executores imediatos do crime.