Caso Miguel: Sari Corte Real é indiciada por abandono de incapaz com resultado de morte

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu, nesta quarta-feira (1), o inquérito policial sobre o caso Miguel, o menino de 5 anos que morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo, em Recife. Na decisão, a primeira-dama de Tamandaré, em Recife, Sari Corte Real, foi indiciada por abandono de incapaz com resultado de morte. Ela pode pegar pena de quatro a 12 anos de prisão.

O garoto se perdeu no prédio após Sari apertar os botões do elevador enquanto ele procurava pela mãe, a empregada doméstica Mirtes Santana, que trabalhava na casa de Sari e havia saído para passear com os cachorros da ex-patroa. Imagens de segurança mostram o momento em que a primeira-dama de Tamandaré aperta os botões do elevador, fecha a porta e sai, deixando o garoto sozinho.

Foto: Reprodução | NE1 | TV Globo

Segundo a decisão do delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, Sari cometeu um "crime preterdoloso" . No período do crime, Sari chegou a ser presa, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil.

Ainda de acordo com o delegado, o abandono de incapaz por Sari ocorreu de forma dolosa e com intenção e apontou que o risco de ter deixado a criança sozinha no elevador infringiu uma lei municipal, que proíbe a presença de menores de dez anos desacompanhados nesse tipo de transporte.

"A criança, da qual a gente tanto falou, tinha 5 anos de idade, ela sequer poderia ficar desacompanhada no elevador. Pelo acervo probatório dos atos, teve, sim, uma etapa de cogitação. Teria ocorrido por uma irritação ou cansaço de retirar o menino do elevador. Sete vezes, segundo ela. Duas em um outro elevador, que não possui imagens", afirmou.