Caso Mossoró: Lewandowski nega que tenha agido sob pressão do presidente Lula; assista
Ministro, no entanto, confessou que recebeu ligação do petista após recaptura
Foto: Reprodução
BRASÍLIA -- O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, negou nesta quinta-feira (4), durante coletiva de imprensa, que agiu sob pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para elucidar o caso que envolve os dois fugitivos do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Rogério Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, estavam foragidos desde 14 de fevereiro e foram recapturados nesta quinta.
Embora tenha descartado qualquer possibilidade de pressão política, o ministro afirmou ter recebido uma ligação do presidente depois da recaptura. "Recebi um telefonema do presidente Lula nos dando os parabéns. Ele está em Caruaru, Pernambuco, e está obviamente muito satisfeito, não apenas com o sucesso do ministro, mas também com o sucesso das forças de segurança do país", afirmou.
Lewandowski também comemorou a prisão dos fugitivos, que são da facção Comando Vermelho (CV), e disse que a recaptura representa uma "vitória” do Estado brasileiro.
"Demonstra que o crime organizado no nosso país não será bem-sucedido", disse o ministro.
Recaptura
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) recapturaram nesta quinta, em Marabá (PA), os dois fugitivos. A recaptura ocorreu por volta das 13h30, após 50 dias de fuga.
Marabá, no Sudeste do Pará, fica a mais de 1.600 quilômetros de distância de Mossoró. A operação envolveu o monitoramento de três veículos que, segundo as investigações, davam cobertura à fuga. Ao todo, seis pessoas foram presas nos três carros. Um dos foragidos foi capturado pela PF e o outro pela PRF.
O diretor-geral da PF, delegado Andrei Rodrigues, explicou que houve uma tentativa de abordagem pela manhã. No entanto, segundo ele, a operação foi realizada na tarde de hoje para garantir menores consequências.
"Havia o acompanhamento dessas pessoas e a equipe estava aguardando o melhor momento para fazer a abordagem com a menor consequência possível. Nesta manhã, houve um planejamento de uma abordagem que não foi concluída porque entendemos que haveria uma melhor oportunidade, como de fato ocorreu. Em parceria com a PRF, fizemos a abordagem", explicou o delegado.
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