Casos de câncer terão aumento significativo entre homens até 2050, aponta projeção global
Mortes provocadas pela doença também devem aumentar entre pessoas do gênero masculino
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Até o ano de 2050 novos casos de 28 tipos de câncer e a mortalidade pela doença terão aumento expressivo entre os homens. A projeção foi construída em estudo publicado na revista científica Cancer.
Os dados mostram que no período de 28 anos, os casos em homens irão de 10,3 milhões para 19 milhões ao ano, um aumento de 84%. Já as mortes, irão de 5,4 milhões para 10,5 milhões anualmente, o que representa um crescimento de 93%.
Os 28 tipos de câncer levados em consideração pela projeção foram: próstata, testículo, Pênis, Rim, Bexiga, cérebro - sistema nervoso central -, tireoide, linfoma de Hodgkin, linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo, leucemia, lábio, glândulas salivares, orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, esôfago, estômago, colorretal, fígado, vesícula biliar, pâncreas, laringe, pulmão, melanoma de pele, câncer de pele não melanoma, mesotelioma e sarcoma de Kaposi.
A conjuntura se mostra ainda mais expressiva nos países subdesenvolvidos e para indivíduos acima dos 65 anos. "Entre 2022 e 2050, os casos de câncer e a mortalidade são projetados para mais que dobrar em países/territórios com IDH baixo e também entre os adultos mais velhos", escreveram os autores.
Dentre os tipos de câncer considerados pelo estudo, o mesotelioma (que afeta a membrana dos pulmões) foi o que apresentou o maior salto para o surgimento de casos, com aumento de 105,5% em relação a 2022, e o câncer de próstata (mais comum em faixas etárias a partir dos 60 anos), para mortes, com 136,4%.
Para o estudo, foram analisadas informações de 2022 do Observatório Global do Câncer, o qual realizou estimativas a nível nacional para casos de câncer e mortes em 185 países. A partir disso, a equipe multiplicou as taxas específicas por idade de 2022 com suas projeções populacionais correspondentes para o ano de 2050.
De acordo com os pesquisadores, as principais causas para a disparidade entre os gêneros se devem a uma menor participação em atividades de prevenção do câncer e maior exposição a fatores de risco de câncer, como tabagismo, consumo de álcool e exposição ocupacional a agentes cancerígenos.