Saúde

Casos de síndrome respiratória aguda grave continuam em alta no Brasil

Alta se deve ao aumento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe)

Por FolhaPress
Ás

Casos de síndrome respiratória aguda grave continuam em alta no Brasil

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF

Os casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) continuam em crescimento no país, em crianças, jovens e adultos. A alta se deve ao aumento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), VSR (vírus sincicial respiratório) e rinovírus.

A análise também mostra reversão de tendência do incremento de casos de Srag na população a partir de 50 anos, que é atribuída à redução das infecções por Covid no Centro-Oeste e no Sudeste, assim como a desaceleração do crescimento na região Sul.

Os dados estão no boletim InfoGripe, da Fiocruz, e têm como base as informações inseridas no Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) até 25 de março -referente à semana epidemiológica 12, de 17 a 23 de março.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de Srag pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A.

"Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul", afirma Gomes.

Em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, quando verifica-se o total de novas internações por Srag, sem a análise por faixa etária, observa-se cenário de estabilidade. De acordo com o pesquisador, a queda na Covid camufla o aumento nas internações pelos demais vírus respiratórios.

"Se olhamos apenas para as crianças, onde principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos claramente o sinal de aumento expressivo de Srag", explica Gomes.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 16,1% para influenza A; 0,4% para influenza B; 30,1% para VSR; e 40,7% para coronavírus. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 13,9% para influenza A; 0% para influenza B; 5% para VSR; e 79,3% para coronavírus.

"Em casos de infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está disponível em diversos locais", reforça Gomes.

INCIDÊNCIA E MORTALIDADE 

A incidência de Covid mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até 2 anos e na população a partir de 65 anos. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo entre as crianças pequenas e supera a associada à Covid nessa faixa etária.

No mesmo grupo, outros vírus respiratórios com destaque continuam sendo o coronavírus e o rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência em crianças, pré-adolescentes e idosos.

Quanto à mortalidade por Srag, tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid.

A incidência e mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantém o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. No entanto, o aumento da circulação do VSR tem elevado a incidência de Srag nas crianças até dois anos de idade. Em termos de mortalidade, a população a partir de 65 anos continua sendo a mais impactada, fundamentalmente por causa do coronavírus.

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