CBF pede exclusão do Cerro Porteño após caso de racismo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez, nesta sexta-feira (7), por meio de um pedido formal à Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) para a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20, devido ao caso de racismo contra o atacante Luighi, do Palmeiras. A entidade também encaminhou a denúncia à Federação Internacional de Futebol (FIFA).

O episódio aconteceu na quinta-feira (6), no Paraguai, quando um torcedor fez gestos imitando um macaco em direção ao atleta do clube paulista. Com isso, a CBF alega que o protocolo global de combate ao racismo não foi respeitado.

Desde 2019, a FIFA estabelece um procedimento de três etapas para esses casos:

- Um aviso público pedindo o fim das ofensas;
- A suspensão temporária da partida;
- Em última instância, o abandono definitivo do jogo.

A entidade brasileira defende punições severas para episódios de racismo, com medidas desde interdição de estádios até exclusão de clubes, além da responsabilização dos infratores pelo crime. Também é destacado que soluções financeiras não são suficientes para corrigir o problema.

Além do pedido formal, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, emitiu uma nota oficial e condenou o episódio de Luighi.

"É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas", declarou o presidente.

CASO LUIGHI:

O atleta desabafa em entrevista pós-jogo na Libertadores Sub-20 - Foto: Reprodução/SporTV

O atacante da categoria de base do Palmeiras foi alvo de uma ofensa racista por parte de um torcedor do Cerro Porteño, durante o confronto entre as equipes da Libertadores sub-20, no Paraguai. O clube alviverde venceu o duelo por 3 a 0.

Imagens da transmissão do jogo mostram o torcedor com uma criança no colo e, ao camisa 10 do Verdão, Figueiredo, se aproximar, imitou um macaco na direção do atleta. Luighi se revoltou com a situação, levou cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas, deixou o campo chorando e, ao ser questionado por um repórter sobre como foi a partida, desabafou no pós-jogo.

"Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso né? Não ia. É um crime o que ocorreu hoje. Isso aqui é formação, estamos aqui para aprender", desabafou o atacante.

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