Censo 2022: 1 em cada 5 quilombolas não é alfabetizado na Bahia; taxa em Salvador é 5ª maior entre capitais
Estado tem 45,1% maios quilombolas não-alfabetizados que a população geral.
Foto: ACEV Brasil/Facebook
Em 2022, a Bahia tinha o maior número de quilombolas que, com 15 anos ou mais de idade, não sabiam nem ler nem escrever um bilhete simples, ou seja, não eram alfabetizados. De acordo com dados do Censo Demográfico, eles somavam 56.612 pessoas, que representavam 18,3% dos 309.736 nesse grande grupo etário. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os quilombolas baianos, a taxa de analfabetismo era 45,1% mais alta do que a verificada para o total da população de 15 anos ou mais de idade (12,6%).
Na Bahia, a taxa de analfabetismo da população quilombola ainda crescia um pouco mais, para 21,4%, nos Territórios Quilombolas delimitados. Das 15.717 pessoas quilombolas acima de 15 anos que residiam em territórios quilombolas no estado, 3.368 não eram alfabetizadas.
O contingente de quilombolas não alfabetizados nos Territórios baianos era o 3º maior do país, atrás dos verificados em Maranhão (5.354) e Pará (4.345). Já a taxa de analfabetismo da população quilombola residente em territórios delimitados da Bahia era a 11ª maior. As mais elevadas foram registradas em Alagoas (31,6%), Piauí (29,9%) e Tocantins (27,5%).
Analfabetismo de quilombolas em Salvador
Ainda no ano de 2022, a capital com maior número de quilombolas e tinha a segunda maior população assim declarada entre todos os municípios brasileiros: 15.897 pessoas. Dos 13.390 quilombolas com 15 anos ou mais de idade no município, 1.083 não eram alfabetizados, representando 8,1% do total.
A taxa de analfabetismo entre quilombolas soteropolitanos (8,1%) era mais do que o dobro da verificada para a população em geral na capital (3,5%).
Também era a 5ª maior entre as 22 capitais onde havia presença de quilombolas, ficando atrás dos indicadores de Maceió/AL (16,7%), João Pessoa/PB (14,0%), Natal/RN (9,2%) e Belém/PA (9,2%). As capitais com as menores taxas de analfabetismo entre quilombolas eram Brasília/DF (1,3%), Porto Alegre/RS (2,9%), Belo Horizonte/MG (3,0%) e Florianópolis/SC (3,0%).
No estado, Campo Formoso tinha o maior contingente de pessoas quilombolas não alfabetizadas no estado, 2.149, numa taxa de analfabetismo de 22,4%. Vitória da Conquista vinha a seguir, com 2.069 quilombolas de 15 anos ou mais não alfabetizados e uma taxa de 21,9%.
Senhor do Bonfim, município brasileiro com a maior população quilombola, ficava em terceiro, com 1.821 quilombolas de 15 anos ou mais de idade não alfabetizados, numa taxa de 14,4%.