Centenário de Batatinha é tema de roda de samba!
A homenagem acontece dia 9 (sexta-feira), no Pátio da Igreja do Santo Antônio, com participações de Juliana Ribeiro, do mestre Almir Apache e do músico Pedro Abib (Pedrão)
Foto: Divulgação Assessoria
Oscar da Penha remete ao nome de um homem comum, mas o icônico apelido Batatinha revela a obra de um compositor brasileiro que está na história musical do país como um dos maiores nomes do samba nascido na Bahia. No próximo dia 5 de agosto, ele faria 100 anos, e será para homenagear o seu centenário que o Grupo Botequim abre o Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo no dia 9 de agosto (sexta-feira), às 21h, em mais uma edição da sua tradicional e concorrida roda de samba.
A primeira composição de Batatinha foi “Inventor do Trabalho” (1946), e a primeira música gravada foi “Jajá da Gamboa” (1954), parceria com José Bispo. O primeiro disco só aconteceu em 1969. Uma das suas famosas canções “Diplomacia” (1977) (parceria com J. Luna) foi escolhida pelo cineasta Glauber Rocha para o curta-metragem Barravento. Batatinha também foi gravado por Maria Bethânia em seu primeiro disco, em 1965. Paulinho da Viola é um dos grandes entusiastas da sua obra.
Passagens da vida do mestre Batatinha e muitas das suas canções irão inspirar o repertório do Grupo Botequim na roda de samba comemorativa a esse gênio da música brasileira. Para Roberto Ribeiro, compositor, cavaquinista e fundador do Grupo Botequim, o tamanho de Batatinha no cenário do samba é imensurável e este será mais um grande momento do grupo dedicado a ele.
“A sua obra está viva e sendo reverenciada, sobretudo nesse centenário. Neste mês de agosto, muitos artistas irão homenagear o seu legado pelo Brasil. Em São Paulo, Fabiana Cozza está levando Nelson Fino para exaltar a obra de Batatinha. Adriana Moreira também, lembrando que ela já gravou um disco em homenagem a ele. Enfim, esse centenário é um marco para quem está atento à história do samba no Brasil e na Bahia, e para quem sabe da importância da liderança desse mestre que representou tão bem povo preto, o povo de luta. É missão do Botequim manter essa chama acesa”, realça.
Pesquisadora do samba e dona de uma bela trajetória de composição e interpretação do gênero musical, Juliana Ribeiro, uma das convidadas da noite. Lembra que a marca de Batatinha na música brasileira é única. “Ele era um compositor da caixa de fósforo que fez músicas com harmonias extremamente elaboradas. Ele traz o mesmo nível composicional, o mesmo nível de arranjo, o mesmo nível de letra, o mesmo nível de poesia, de profundidade de outros grandes nomes, como Nelson Cavaquinho e Cartola. Ele sempre esteve no meu repertório e do Botequim, então agora a gente se junta para homenagear o centenário desse mestre nessa noite que será bonita demais”, comenta a artista.
Também cantam para Batatinha na roda de samba no próximo dia 9 (sexta-feira) o mestre Almir do Apaxes, que conviveu com o homenageado e é o criador do Apaxes do Tororó, com muitas composições e uma longa história no samba da Bahia, além de Pedro Abib (Pedrão), cantor, compositor, historiador, capoeirista violonista, além de diretor e idealizador do documentário "Batatinha e o samba oculto da Bahia". Pedrão também é o fundador do Grupo Botequim ao lado de Roberto Ribeiro.