Centenas de pessoas protestam contra golpe em Mianmar
Professores e estudantes se reuniram em uma universidade em Yangon
Foto: Reprodução/ Getty Images
Centenas de professores e estudantes se reuniram nesta sexta-feira (5) em uma universidade em Yangon para protestar contra o golpe militar, que na última segunda-feira (1º) tomou o poder do governo que havia sido eleito de modo democrático.
Os manifestantes fizeram a saudação com três dedos da mão, um gesto de resistência adotado por ativistas pró-democracia em Hong Kong e na Tailândia.
Eles também pediram "longa vida à mãe Suu" (Aung San Suu Kyi), a prêmio Nobel da Paz de 1991 que foi detida junto com o presidente do país, Win Myint, e outros civis durante o golpe de Estado, que tem sido criticado pela comunidade internacional.
Após tomarem o poder, os militares declararam estado de emergência de um ano no país e nomearam o general Min Aung Hlaing como presidente. Eles alegam que as eleições ocorridas em novembro foram fraudadas.
"Não queremos este golpe militar que tomou ilegalmente o poder de nosso governo eleito", disse o professor Nwe Thazin Hlaing, da Universidade de Educação de Yangon. "Queremos que o golpe militar fracasse".
Os militares derrubaram as comunicações do país e tirou do ar, até o próximo domingo (7), o Facebook e outras redes sociais que estavam sendo utilizadas para provocar os protestos.
Por meio de uma declaração divulgada ontem (4), o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] pediu a libertação de Suu Kyi e dos outros líderes civis e enfatiza a "necessidade de apoiar as instituições e processos democráticos, evitar a violência e respeitar plenamente os direitos humanos, as liberdades fundamentais e o Estado de Direito".