Central de Atendimento à Mulher registrou um total de 1,3 milhão atendimentos telefônicos em 2019
Ministério divulgou o balanço anual do Ligue 180 nesta sexta-feira
Foto: Reprodução / Facebook
A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) divulgou, nesta sexta-feira (29), o balanço anual de 2019 da Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180, com dados referentes ao período de janeiro a dezembro do ano passado.
Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa online, com a presença da Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos, Fernando Pereira e a secretária nacional de políticas para as Mulheres, Cristiane Britto.
Fernando Pereira fez a apresentação dos dados. Segundo ele, o Ligue 180 registrou um total de 1,3 milhão atendimentos telefônicos. Desse número, 6,5% foram denúncias. Já 47,91%, solicitação de informações sobre a rede de proteção e direitos das mulheres. Os outros 45,59% foram manifestações, como elogios, sugestões, reclamações ou trotes.
Fernando Pereira informou que os números de denúncias aumentaram porque o atendimento hoje em dia oferece uma melhor qualidade.
Apesar dos números serem referente ao ano de 2019, Fernando Pereira afirmou que houve um aumento de 35,9% das denúncias no período do distanciamento social provocado pela pandemia da covid-19. “Isso se deu porque o agressor se encontra muito próximo da vítima”, disse.
Fernando Pereira também informou a estratégia realizada pela secretaria dos Direitos Humanos durante a pandemia. Aproximadamente 500 pessoas estão realizando os atendimentos em home office. “Estamos estruturando o serviço para melhor atender a população, inclusive estamos realizando o atendimento em libras através do site”, frisou.
O Ouvidor ainda reforçou a importância das denúncias, lembrando de todos os canais disponíveis, como o Disque 100, o Ligue 180, através do aplicativo dos Direitos Humanos Brasil e o site do órgão.
Ações durante a Covid-19
A secretária nacional de políticas para as Mulheres, Cristiane Britto fez um apanhado das ações realizadas pela secretaria para o enfrentamento dos casos de violência contra a mulher durante a pandemia da covid-19.
O destaque foi para o projeto Vigilância Solidária, que visa sensibilizar a sociedade para os casos de violência doméstica durante o confinamento, fortalecendo uma rede de proteção entre os vizinhos das vítimas.
Segundo a secretária, entre os dias 17 e 25 de março, o Disque 100 e o Ligue 180 receberam mais de 7 mil ligações e registrou quase mil denúncias que tinham como tema o novo coronavírus. No recorte específico das mulheres, o aumento foi de 9% em comparação aos primeiros 15 dias do mesmo mês.
“A SNPM criou cartilhas e outros produtos com informações detalhadas sobre o funcionamento da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 e temas como prevenção e contágio de Covid-19, acidentes domésticos e primeiros socorros, empreendedorismo e mercado de trabalho, além de orientações para gestantes e lactantes”, informou.
Assistência às mulheres e povos tradicionais
A ministra Damares Alves destacou algumas ações realizadas pela pasta neste período da pandemia. Com relação ao repatriamento, a ministra afirmou que a prioridade era as mulheres, principalmente as que estavam sozinhas.
“Fizemos um trabalho em parceria com o ministério das Relações Internacionais e acompanhamos de perto a situação das mulheres brasileiras que estavam no exterior logo que começou a pandemia. Elas tiveram prioridade no processo de repatriamento”, disse.
Damares afirmou ainda que a pasta atuou fortemente para que as mulheres, líderes de família, recebessem o auxílio emergencial no valor de R$ 1.200. “Essa medida fez uma grande diferença na vida dessas mulheres, alguma delas nunca tinha visto tanto dinheiro na vida”, disse.
Além disso, o ministério também entregou 320 mil cestas básicas para mulheres indígenas e quilombolas.
A ministra informou que a pasta, em parceria com o ministério do Turismo, estuda a possibilidade de abrigar mulheres vítimas de violência em hotéis.
“Gostaria de destacar o empenho das parlamentares, mulheres aguerridas que estão na Câmara e no Senado. Muitos dos nossos projetos e ações, devemos ao trabalho e esforço delas. Ai do Brasil sem elas”, concluiu.