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Cerrado: desmatamento no Matobipa aumentou 173% em novembro

O desmatamento no bioma mais do que dobrou em relação ao ano passado

Por Da Redação
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Cerrado: desmatamento no Matobipa aumentou 173% em novembro

Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

Dados divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), na última quarta-feira (20), revelam que a área desmatada no Matopiba, fronteira agrícola composta por partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia,  aumentou 173% em relação a novembro do ano passado, atingindo 84,3 mil hectares apenas em novembro de 2023. Esse número representa 73% do que foi desmatado no Cerrado no mês.

No cerrado baiano, o aumento nesse mês de novembro chegou a 671%, passando de 2,4 mil hectares desmatados em novembro de 2022 para 18,9 mil hectares em 2023. Já no Piauí, onde foram desmatados 18,1 mil hectares, o aumento foi de 259%. No Maranhão, estado que liderou o desmatamento em novembro, o crescimento foi de 131% e 32,7 mil hectares desmatados, enquanto o Tocantins aumentou seu desmatamento em 74%, chegando a 22,8 mil hectares perdidos.

O desmatamento na região do Matopiba foi o principal impulsionador do  crescimento da área devastada  no Cerrado. O desmatamento no bioma  mais do que dobrou em relação ao ano passado, atingindo 115 mil hectares. A área registrada em novembro de 2023 é 103% maior do que a registrada no mesmo mês do ano passado e 70% maior do que a marca de 2021. 

Por conta do aumento acelerado do desmatamento no Matopiba, municípios dessa região ocupam todas as posições nas listas dos dez maiores desmatadores do Cerrado. Em novembro, esse ranking foi ocupado por cinco municípios baianos, três tocantinenses, um maranhense e um piauiense.

Pelo segundo mês consecutivo, Cocos, no oeste baiano, sofreu o maior desmate do bioma, com 4,3 mil hectares derrubados. A segunda posição foi ocupada por Alto Parnaíba, no Maranhão, com 3,7 mil hectares desmatados. São Desidério, vizinho de Cocos, perdeu 3,5 mil hectares de Cerrado e ficou com a terceira posição.

A área de desmatamento registrada em Cocos, neste ano, foi 611 vezes maior do que aquela registrada em novembro de 2022, quando foram detectados apenas 7 hectares de desmatamento no município.

Assim como no último mês, os vazios fundiários – áreas sem mecanismos de governança definidos – foram a segunda categoria fundiária mais desmatada, correspondendo a 14% dos alertas. A categoria com mais alertas, no entanto, ainda foi a de áreas privadas, com mais de 75% da área derrubada, cerca de 87 mil hectares.

O tipo de vegetação nativa mais derrubado no Cerrado segue sendo a savana, que ocupa a maior parte do bioma, enquanto as formações campestres ocuparam a segunda posição. As formações florestais, por sua vez, concentraram 21% do desmatamento de novembro.

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