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Bahia

Chegada das chuvas é alerta para aumento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Ao Farol da Bahia, infectologista afirma que a atenção deve ser redobrada no inverno

Por Ane Catarine Lima
Ás

Chegada das chuvas é alerta para aumento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Foto: Getty Images

Com a chegada do inverno, na próxima segunda-feira (21), a capital baiana está em alerta para o período chuvoso que, além dos perigos de enchentes nas ruas e deslizamento de terras, contribui para o aumento das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Nesse período, é comum que o mosquito se prolifere por causa da facilidade que a água tem de ficar empoçada e, em muitos casos, até mesmo parada por vários dias. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até setembro de 2020, houve um aumento de 320,9% no número de casos prováveis de chikungunya em comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de casos de zika aumentou 48% e não registrou mortes. Já a dengue registrou alta de 32,7% e cinco mortes. 

O médico infectologista do serviço de imunização do Sabin em Salvador, Claudilson Bastos, disse, em entrevista ao Farol da Bahia, que a atenção deve ser redobrada nesse período de chuva justamente porque a água parada é uma das etapas que contribuem para que o mosquito continue vivo e se prolifere. O ciclo do mosquito, segundo especialistas, começa na água parada, onde passa de ovo para larva e, depois, pupa. Logo depois, transforma-se em mosquito. “A gente observa que em algumas casas com piscina abandonada, por exemplo, quando chove a água do recipiente vira um tanque. Então, isso se transforma em um fator de risco”, disse.

Além do perigo da água parada em piscinas, especialistas alertam também para o acúmulo de lixo e entulhos em lugares inapropriados. O lixo eliminado no local indevido aumenta o risco de alagamento e enchentes, contamina a água, contribui para o surgimento e a proliferação de doenças infectocontagiosas, como a leptospirose, e de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Ainda em entrevista, o infectologista Claudilson Bastos disse que as hepatites A e E e as gripes também são doenças comuns no período de chuva. Segundo ele, isso acontece devido a temperatura mais amena e por uma tendência natural das pessoas ficarem mais aglomeradas em casa.  

Devido a pandemia, o infectologista alerta ainda para os sintomas semelhantes dessas doenças comuns no inverno aos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Segundo ele, os sintomas de doenças arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, podem ser facilmente confundidos com o da covid. “A gente sabe que os sintomas dessas doenças podem ser confundidos. A infecção por covid pode apresentar fenômenos articulares, hemorrágicos, alterações de pele e pode confundir porque são sintomas comuns nas  outras doenças também. Já a tosse é mais comum na covid, mas excepcionalmente no caso da dengue uma pessoa também pode apresentar esse sintoma. A tosse ainda assim é o que distingue a Covid-19 das demais doenças, é um sintoma mais significativo. A questão da dor de garganta, por exemplo, pode ser similar também nas demais doenças, entretanto, é mais evidente na covid”, explicou. 

Os sintomas mais comuns entre as doenças são: febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, enjoo e vômito. Ainda segundo o Dr. Claudilson Bastos, o que normalmente difere essas doenças é que “as enfermidades causadas pelo mosquito Aedes aegypti, não costumam causar sinais respiratórios como coriza, nariz entupido ou tosse”. 

Ainda em entrevista, o infectologista fez algumas recomendações para que as pessoas evitem a proliferação do mosquito Aedes aegypti no período chuvoso. “Quem tem plantas, por exemplo, deve prestar atenção na água que acumula nos vasos. Já os borracheiros devem se atentar aos pneus, que também enchem de água. Quem tem piscina deve se preocupar com a limpeza. Já os tanques precisam ser vazados e com tampa justamente para não fazer com que haja mais proliferação. Essas coisas básicas são fundamentais. Então, é a conduta da sociedade que ajuda que o mosquito não se prolifere. A atuação tem que ser de todos”, concluiu. 

Dicas para evitar o mosquito

O Ministério da Saúde indica alguns cuidados que podem ser tomados dentro de casa para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

-Mantenha a caixa d'água fechada;
-Mantenha fechados tonéis e barris d'água;  
-Lave semanalmente com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;
-Encha de areia até a borda os pratos de plantas;
-Coloque no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água;
-Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada;
-Mantenha as calhas limpas;
-Não deixe água acumulada sobre a laje.

Teste

O Laboratório Sabin desenvolveu, em 2016, o primeiro teste no Brasil para identificar dengue, zika e chikungunya em um único exame, o PCR Combo. A pesquisa foi reconhecida no maior congresso da área no mundo, promovido pela American Association for Clinical Chemistry (AACC).  De acordo com o Sabin, o teste foi desenvolvido em plena epidemia de Zika no Brasil.

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