Cidade de São Paulo registra o maior número de mortes de motociclistas em toda a história no mês de fevereiro
Em 2024, foram constatadas 484 mortes de motociclistas na cidade, o número representa 47% do total de mortes em acidentes de trânsito

Foto: Reprodução/EPTV
A cidade de São Paulo registrou 31 mortes de motociclistas em fevereiro deste ano, esse é o maior número para o mês desde 2015, ano em que a plataforma Infosiga, do Detran, começou a realizar o levantamento. O ano de 2024 foi o que apresentou o maior registro, desde 2016, com cerca de 484 motociclistas mortos na cidade, o número representa 47% do total de mortes decorrentes de acidentes em meios de transporte no município.
O aumento foi constatado mesmo com a ampliação do programa Faixa Azul, instaurado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que propõe corredores exclusivos para mototaxistas em avenidas de fluxo intenso, como a Faria Lima e a Bandeirantes. A cidade possui 215 quilômetros da Faixa Azul, implementada em 2022.
Conforme divulgado pela prefeitura, a Faixa Azul apresentou bons resultados, como a redução no número de mortes em trechos com corredores caiu 47,2% entre 2023 e 2024.
Segundo os próprios motociclistas, as causas do aumento das mortes estão relacionadas ao maior número de entregadores após a pandemia e o uso de celular por motoristas de carros. Os motociclistas acreditam que a Faixa Azul auxilia, mas não resolve os conflitos do trânsito.
O maior número de mortes aparece na periferia. Os bairros com mais casos são da Zona Sul, onde houve 17 dos 62 acidentes fatais dos dois primeiros meses do ano. Em 2024, a região liderou com 40% dos casos.
Os casos de acidentes entraram em debate no início do ano por conta da briga entre a prefeitura e aplicativos que buscaram oferecer serviço de mototáxi. A plataforma 99 iniciou a operação em janeiro, mas Nunes conseguiu suspender o serviço e disse que ele poderia levar a uma "carnificina".
A plataforma Uber entrou na justiça para liberar os mototáxis. Em 27 de janeiro, o Tribunal de Justiça mandou os apps pararem o serviço. Mas recorreu à decisão em fevereiro, e declarou inconstitucional o decreto de Nunes que proibia o mototáxi. Um novo julgamento está marcado para 7 de abril.