Cientistas descobrem falha imunológica que agrava a Covid-19

Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de medicamentos

Por Da Redação
Ás

Cientistas descobrem falha imunológica que agrava a Covid-19

Foto: Reprodução/Amazonas Atual

A Covid-19 tem se mostrado uma enfermidade complexa, que pode atingir cada infectado de forma diferente, desde problemas respiratórios graves à total ausência de sintomas. Em um estudo com pacientes infectados pela Covid-19, pesquisadores americanos observaram que casos mais críticos da doença estavam relacionados à baixa produção do interferon, uma substância produzida pelo corpo que tem como característica principal um efeito antiviral potente. A constatação, que foi apresentada na última edição da revista britânica Nature, era uma suspeita antiga de especialistas da área.

Esse mesmo problema ocorre em outras enfermidades provocadas por coronavírus. Os pesquisadores analisaram as respostas do sistema imune ao coronavírus em 21 pacientes, 11 deles com casos leves e 10 com infecções graves. Por meio do experimento, eles observaram que todo o primeiro grupo de doentes apresentou uma alta quantidade de células imunes mais potentes, geradas pela proteína inteferon. Essa mesma produção de células imunes mais potentes geradas pelo interferon foi registrada nos pacientes com a forma mais agressiva da enfermidade, porém em níveis bem mais baixos, destacaram os responsáveis pelo experimento.

Os autores do artigo da Nature identificaram ainda alguns mecanismos moleculares que podem estar relacionados à baixa produção de interferon em pacientes com Covid-19 grave. Segundo a equipe da Universidade da Califórnia, esses novos dados podem contribuir para o desenvolvimento de medicamentos que corrijam essa falha. “Remédios que reatem essa resposta antiviral mais poderosa podem evitar que infectados apresentem complicações severas geradas pelo novo coronavírus. Nossos dados podem ser usados como um alvo para criação de fármacos imunoterápicos”, defenderam os pesquisadores no artigo da Nature.

“Sabemos que algumas pessoas produzem quantidades menores de interferon. Isso, geralmente, ocorre por alterações genéticas. Outro ponto também já conhecido é que a produção baixa dessa proteína pode prejudicar na defesa de doenças infecciosas. Por isso, já desconfiávamos que o mesmo poderia ocorrer com a covid-19, mas ninguém havia provado essa relação. O estudo nos ajuda a entender melhor esse elemento, trazendo mais luz ao tema, que é bastante complexo”, ressaltou Werciley Junior, infectologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília (DF).

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