Cientistas desenvolvem ferramenta de IA que pode ajudar a prever avanço dos sintomas de Alzheimer
Tecnologia pode reduzir a necessidade de testes de diagnósticos caros e invasivos
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial (IA) capaz de identificar se pessoas com sintomas precoces de demência irão desenvolver ou não Alzheimer. Os resultados obtidos com a tecnologia foram publicados na revista eClinical Medicine na última sexta-feira (12).
Segundo os cientistas, a ferramenta pode reduzir a necessidade de testes de diagnósticos caros e invasivos, além de permitir que o tratamento da doença seja realizado de forma precoce.
A demência é uma condição caracterizada pelo declínio geral de habilidades mentais, como memória, linguagem e raciocínio lógico. O Alzheimer é a causa mais comum de demência, correspondendo de 60% a 80% dos casos. O diagnóstico precoce da doença é fundamental para a eficácia do tratamento.
Desenvolvimento da IA
Dados de mais de 400 pacientes, coletados rotineiramente a partir de exames de ressonância magnética e testes cognitivos, foram usados pelos cientistas.
A partir disso, os cientistas testaram e validaram o modelo de IA criado por eles usando dados de mundo real (como prontuários médicos e dados de dispositivos de saúde, por exemplo) de pacientes de mais 600 pacientes e dados longitudinais (acompanhados ao longo do tempo) de 900 pessoas de clínicas de memória no Reino Unido e em Cingapura.
De acordo com a pesquisa, a IA foi capaz de distinguir entre pessoas com comprometimento cognitivo leve e estável e aquelas que progrediram para a doença de Alzheimer em um período de três anos.
Além disso, o algoritmo identificou corretamente indivíduos que desenvolveram a doença em 82% dos casos, e identificou corretamente aqueles que não a desenvolveram em 81% dos casos.