Cientistas desenvolvem molécula capaz de eliminar tumor no cérebro sem efeitos colaterais
Os estudiosos devem, agora, testar o mecanismo contra outros tumores
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia desenvolveram um método capaz de eliminar tumores cerebrais do tipo glioblastoma sem gerar efeitos colaterais para os pacientes. Para chegar ao resultado do estudo, os cientistas bloquearam determinadas funções celulares ao utilizar uma molécula acoplada, de modo a estressar as partículas cancerígenas e, assim, destruí-las.
Segundo a pesquisa, as células tumorais têm uma existência estressante e roubam mecanismos utilizados pelas partículas saudáveis para regular a produção de proteínas e processar o excesso criado por elas. Os cientistas perceberam que, sem sequestrar essa função, as células cancerígenas morreriam.
Os glioblastomas correspondem a cerca de 45% dos tumores cerebrais, e poucos pacientes com esse diagnóstico sobrevivem após os cinco anos entre o diagnóstico e o tratamento. Os pesquisadores utilizaram, então, simulações computadorizadas avançadas para desenvolver a molécula capaz de atravessar a barreira hematoencefálica que protege o cérebro.
Ao combinar o novo método com quimioterapia, os pesquisadores perceberam que, além de destruir as células cancerígenas, também era evitado o retorno da doença durante os 200 dias analisados. Quando comparados aos efeitos apenas com a quimioterapia, as células tumorais diminuíram após cem dias de tratamento e logo reapareceram.
Ainda, foi observado que, contra os tratamentos convencionais, a nova tecnologia não gerou efeitos colaterais. Os camundongos utilizados nos testes mantiveram seu peso e não apresentaram alterações no fígado nem em seu comportamento.
Os estudiosos devem, agora, testar o mecanismo contra outros tumores, como o de pâncreas e o de mama. Até o momento, o método se mostrou ineficaz contra outros tipos de tumores cerebrais.