Cinco acusados de matar pediatra a tiros em clínica na Bahia são condenados a penas entre 21 e 31 anos de prisão
Júlio César foi assassinado em 2021, enquanto atendia uma criança na cidade de Barra, oeste do estado

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Os cinco réus acusados de envolvimento no assassinato do médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, morto a tiros na cidade de Barra, no oeste da Bahia, em 2021, foram condenados em juri popular, na quarta-feira (27).
O juri durou dois dias e foi realizado Fórum de Xique-Xique, município que fica na mesma região. Segundo denúncia do Ministério Público do Estado (MP-BA), as investigações apontaram que o assassinato foi encomendado por Diego Santos Silva, após ele imaginar que o médico, durante uma consulta pediátrica, teria olhado para os seios da companheira dele.
Veja abaixo as penas impostas aos réus:
Diego Santos Silva (acusado de ser o mandante do crime) - 31 anos e 4 meses de prisão;
Jefferson Ferreira Gomes da Silva (acusado de ser o executor do crime) - 26 anos e 4 meses de prisão;
Ranieri Magalhães Bonfim Borges (acusado de ser o piloto que levou Jefferson) - 20 anos de prisão;
Adeilton de Souza Borges (acusado de ser olheiro que estava na clínica para vigiar o pediatra) - 21 anos de prisão;
Fernanda Lima da Silva (acusada de ser olheira que estava na clínica para vigiar o pediatra) - 21 anos de prisão.
Parte do crime foi registrado por câmeras da recepção da clínica. Nas imagens é possível ver um homem com capacete entrando no estabelecimento e indo direto para a sala de atendimento. Pouco tempo depois, as pessoas na sala de espera se assustam e correm. Após um momento, uma mulher sai da sala carregando uma criança.
O médico deixou a esposa e os dois filhos, de 5 e 8 anos de idade.
Em novembro de 2021, a Justiça decretou a prisão preventiva dos cinco suspeitos. Com a condenação, os quatro homens voltam para o presídio de Irecê, onde já estavam detidos; enquanto Fernanda Lima retorna à carceragem em Salvador.
Como foi o júri
O júri popular começou por volta das 11h e contou com a presença dos réus, advogados, jurados e familiares de Júlio César. No primeiro dia, foram ouvidos as testemunhas:
O delegado de Barra, Jenivaldo Rodrigues;
A esposa do condenado Ranieri Magalhães;
A mãe da criança que estava sendo atendida por Júlio César e assistiu à execução;
A ex-esposa do condenado Diego Cigano;
A funcionária que auxiliava a vítima e também presenciou o crime;
A viúva do pediatra, Daniela Cunha.
No segundo dia do júri, os réus foram interrogados. O MP-BA pediu a condenação dos réus e pugnou pelo não reconhecimento da atenuante de confissão em relação a Jefferson Ferreira Gomes da Silva.