CitiBank afirma que mercado financeiro pode ter se enganado sobre Lula e corta exposição a riscos no Brasil
Instituição financeira teme sinalizações de Lula sobre a agenda fiscal
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O CitiBank afirmou, em relatório, que os mercados financeiros podem ter se enganado ao supor que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguiria uma agenda fiscal conservadora. A instituição bancária disse ainda que, por isso, iria cortar a exposição a riscos no Brasil.
“O mercado parecia ter se convencido de que o presidente (eleito) Lula seria fiscalmente ortodoxo. O fluxo de notícias mais recente agora coloca essa hipótese em dúvida”, escreveu Dirk Willer, chefe de estratégia de mercados emergentes do Citi Research no documento.
O relatório se baseia nas críticas recorrentes que Lula tem feito às atuais regras fiscais do país. O presidente eleito planeja ainda propor uma emenda constitucional para possibilitar gastos extras em 2023.
Outra ação mal vista foi a inclusão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, visto como menos conservador, na equipe de transição do petista.
Por causa destas sinalizações de Lula, os ativos brasileiros chegaram a despencar na última quinta-feira (10), com o dólar disparou mais de 4% frente ao real, maior ganho diário desde o início da pandemia.
“Os ativos do Brasil vinham se mostrando bastante atraentes antes desse evento… Desta forma, a alocação provavelmente está saturada, o que pode levar a um tempo de reação mais longo do que apenas um dia… Por isso, passamos a ficar de lado e cortamos nosso risco Brasil”, completou Willer sobre os tombos do real e do Ibovespa e a disparada dos juros futuros.
Apesar da apreensão do Citi, o banco norte-americano acredita que o governo eleito Brasil possa eventualmente moderar sua posição em relação ao fiscal.