CNJ prepara mutirão para revisar prisões após STF descriminalizar porte de maconha
Isso vale para casos de quem foi submetido a processo administrativo disciplinar pela prática de falta grave
Foto: Reprodução/SumaiaVillela/Agência Brasil
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está preparando um mutirão para verificar prisões decretadas pela Justiça e que ferem o entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou o uso de até 40 gramas de maconha. A ação está prevista para ocorrer durante todo o mês de novembro.
Os juízes vão analisar os processos que envolvam pessoas condenadas "por adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal a substância cannabis sativa em quantidade de até 40 gramas ou seis plantas fêmeas". Isso vale para casos de quem foi submetido a processo administrativo disciplinar pela prática de falta grave.
Atualmente, há cerca de 65 mil processos de falta grave, incluindo por outros motivos, como tentativa de fuga, briga, posse de celular, entre outros. Foi determinado que cada tribunal avalie caso a caso se a falta envolve posse de drogas e se existem os requisitos previstos para afastar a natureza penal da infração, como estabeleceu o Supremo.
Os processos que serão revisados são de condenados que estão em regime fechado ou semiaberto. Os juízes devem avaliar, por exemplo, se além da quantidade das drogas, há outros elementos que possam identificar se o caso trata de uso ou tráfico de drogas. Os mutirões também vão analisar prisões por crimes sem uso de violência ou grave ameaça ou penas de multa preventivas com duração maior de um ano.