Com 57 anos de carreira, Gal Costa deixa uma agenda repleta de shows

Considerada uma das maiores vozes da MPB, a baiana Gal Costa morreu, nesta quarta-feira (9), com uma agenda cheia de shows. Ela estava rodando o Brasil desde outubro de 2021, com a turnê "As várias pontas de uma estrela", em que cantava grandes sucessos dos anos 80, como "Nada mais", "Lua de mel" e "Sorte".

Em março, na última apresentação dela na Bahia, ela esteve com a turnê em Salvador, no Teatro Castro Alves.

Ela havia cancelado a participação no Primavera Sound, no último fim de semana, porque se recuperava da remoção de um nódulo no nariz, mas os shows de dezembro e janeiro estavam mantidos.

Nascida na capital baiana, Gal tinha 77 anos e 57 de carreira. Ela sempre foi incentivada pela mãe a seguir no ramo da música.

A artista trabalhava como balconista de uma loja de discos em Salvador, a Roni Discos, quando uma virada de chave aconteceu: ela foi apresentada ao também baiano - e já reconhecido - Caetano Veloso, no início dos anos 1960. Eles se tornaram amigos pessoais e parceiros profissionais.

Após participar de um dos álbuns mais importantes do tropicalismo, o "Tropicália ou Pannis et Circensis", ela alavancou a carreira solo. Em 1971, performou o marcante espetáculo "Fa-Tal", que viraria também um disco de sucesso.

Apesar de ter mantido a carreira solo desde o início, formou com Caetano, Maria Bethânia e Gilberto Gil o breve grupo Doces Bárbaros, que celebrava o sucesso dos trabalhos individuais dos artistas baianos.

A voz de Gal continuou a se popularizar e se consolidar na história da música nacional, com diversos hits, como "Paula e Bebeto", "Folhetim" e "Modinha para Gabriela", música que foi tema da novela Gabriela, inspirada na obra de Jorge Amado.

A cantora marcou uma geração brasileira e mantinha uma legião de admiradores. Um filme, previsto para estrear em 2023, conta a história da artista. "Meu nome é Gal" traz a atriz Sophie Charlotte no papel principal.