Com geadas que afetam produção, estimativa de inflação já supera os 7%
País pode registrar neste ano, a maior inflação desde 2015, quando foi de 10,67%
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As geadas deste e as da semana passada devem pressionar o preço dos alimentos e impulsionar um cenário já complexo para a inflação, que está fazendo economistas reverem as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021.
As estimativas começam a ultrapassar os 7%, quase dois pontos porcentuais acima do teto para a inflação perseguido pelo Banco Central. Caso se torne verídico, o País registrará neste ano a maior inflação desde 2015, quando foi de 10,67%.
O Santander , por exemplo, prevê hoje um IPCA de 6,7%, mas, por conta da alta esperada nos alimentos e da crise hídrica, que deve pressionar os preços em geral, os economistas do banco já estimam patamares mais elevados. “Com todos os riscos atuais, a cara do IPCA é mais para 7,3%”, diz o economista Daniel Karp.
Atualmente, a consultoria Tendências projeta 6,1%, mas, de acordo com o economista Marcio Milan, esse número será revisto nos próximos dias. “Claramente, o viés é de alta”, diz.
A XP, que ainda projeta 6,7%, divulgou ontem, um relatório em que afirma ver a possibilidade de que o aumento dos preços ultrapasse os 7%. Segundo a economista Tatiana Nogueira, autora do documento, para analisar o impacto das geadas que devem ocorrer até amanhã, a empresa deve esperar o início da semana que vem e, dessa forma, mudar oficialmente sua estimativa para a inflação.