Com menor cotação em dois anos, procura por dólar chega a 70%, afirma Abracam
Na quarta (23), o dólar encerrou o dia em queda de 1,44% em relação a terça-feira (22), com R$ 4,844
Foto: Reprodução/Pixabay
As casas de câmbio registraram uma elevação de 70% sobre a procura por dólar desde o início da guerra na Ucrânia, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam). Nesta quarta-feira (23), o dólar fechou o dia em queda de 1,44% em relação a terça-feira (22), sendo cotado a R$ 4,844, o menor preço em dois anos.
Como informou a Abracam, o índice de busca ainda não atingiu o patamar do período que antecedeu o Carnaval, no qual muitos brasileiros foram para o exterior, em razão da suspensão das festividades na maioria das capitais brasileiras.
Neste segundo movimento de alta, no início de março, a procura teve crescimento de 25% e, atualmente, a demanda pela moeda chegou à 70%.
De acordo com a presidente da Associação, Kelly Massaro, o aumento das buscas não foi influenciado diretamente pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Para ela, nesse período, o cenário já era de otimismo para o setor.
“A guerra em si não é um fator de procura de dólar, mas o fator guerra culminou outros pontos que são favoráveis na redução da cotação do dólar e, por consequência, na valorização do real. Nós temos fronteiras sendo abertas, nós temos flexibilização na questão de viagens e nós temos também um dólar, frente ao real, mais desvalorizado. E, sim, isso trouxe um aumento na procura de moeda estrangeira, em especial dólar nas corretoras de câmbio”, destacou Massaro.
Nesta quinta-feira (24), a guerra na Ucrânia completa um mês. Diante disso, há preocupação sobre uma possível interrupção da oferta de commodities em todo o mundo, o que tem impulsionado o preço de produtos do milho ao petróleo desde o início do conflito.