Comida Ancestral
Confira a coluna de Adriano Azevedo da semana
Foto: Acervo Altar Cozinha Ancestral
Todo Terreiro tem uma cozinheira litúrgica. Esta função é de exclusividade das mulheres. Na nação Ketu, tais mulheres são chamadas de Iyábasê. Para o pleno exercício desta função, é necessário o conhecimento a fundo da gastronomia ritualística, pois cada Orixá tem a sua comida específica, e cada ingrediente é utilizado de acordo com seu paladar e ewó – suas proibições. Para quem ainda não sabe, Xangô e Exu gostam de suas comidas com bastante pimenta. Já Oxossi, tem o tabu em comer mel; assim como Oxalá tem pavor de sal e dendê. Esse desconhecimento traz, a meu ver, um grande equívoco no cardápio dos restaurantes de Salvador, onde às sextas-feiras – dia dedicado a Oxalá, é servida a famosa e tão desejada “comida baiana”, recheada de diversos ingredientes diferentes dos tradicionais tanto no prato principal quanto nas guarnições. Além do camarão seco, que traz consigo uma enorme quantidade de sal, esta “comida baiana” é regada no azeite de dendê, quebrando, assim, o paradigma do branco presente – inclusive – nas roupas vestidas nas sextas, por algumas pessoas. No entanto, vale lembrar que este cardápio se tornou uma tradição cultural e popular em toda Bahia, o que resultou na mesma prática em outros Estados. Comer comida de dendê na sexta-feira faz parte de nossa cultura – da porteira pra fora.
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