Comissão Internacional de Inquérito revela torturas brutais cometidas pela Rússia na Ucrânia
Presidente da comissão aponta evidências de crimes de guerra e crimes contra a humanidade
Foto: Unicef/Andriy Boiko
A Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Ucrânia expôs na segunda-feira (25), detalhes chocantes sobre a brutalidade das táticas de tortura empregadas pela Rússia em áreas do país, que, em alguns casos, resultaram na morte das vítimas.
Durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos, o presidente da comissão, Erik Mose, compartilhou as descobertas chocantes resultantes de mais de 10 visitas ao território ucraniano. Essas visitas coletaram evidências de "uso generalizado e sistemático" de tortura pelas Forças Armadas russas nas regiões sob seu controle.
Na apresentação feita em Genebra, Mose destacou que há provas contundentes de contínuos crimes de guerra cometidos pelas Forças Armadas russas na Ucrânia. Entre esses atos, estão inclusos ataques ilegais com armas explosivas, agressões que causaram ferimentos a civis, tortura, violência sexual e de gênero, bem como ataques a infraestruturas energéticas. Mose enfatizou a importância de esclarecer como essas questões se enquadram nos crimes de guerra.
A comissária Vrinda Grover ressaltou que alguns desses atos podem ser considerados crimes contra a humanidade, mesmo em áreas onde não havia presença militar russa nem mesmo nas proximidades. Ela mencionou ataques explosivos contra locais como edifícios residenciais, estações de metrô, áreas médicas, restaurantes, lojas e propriedades comerciais.
Até o início de setembro, a comissão realizou investigações em áreas que anteriormente estavam sob controle das forças russas, como Kherson e Zaporizhzhia. Nessas regiões, os atos de tortura e violência ocorreram predominantemente em centros de detenção geridos pelas autoridades russas.
O relatório também documenta casos de soldados russos violando e cometendo violência sexual contra mulheres com idades entre 19 e 83 anos na região de Kherson. Além disso, membros de suas famílias eram mantidos próximos e forçados a testemunhar essas horríveis violações.