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Comissária de Direitos Humanos da ONU se preocupa com polarização e movimentos contra direitos no Peru

O país ainda ser recupera da pandemia que teve efeitos arrasadores para a população

Por Da Redação
Ás

Comissária de Direitos Humanos da ONU se preocupa com polarização e movimentos contra direitos no Peru

Foto: ONU//Jean-Marc Ferré

A alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, declarou, durante visita oficial ao Peru, nesta quarta-feira (20), que o país está  enfrentando desafios na área de direitos humanos. Após ser duramente afetado pela pandemia da Covid-19 com o maior número per capita de mortes no mundo, a nação sul-americana atravessa uma onda de polarização política e de movimentos retrógrados em direitos humanos.

Durante a viagem, Bachelet se reuniu com o presidente e vice-presidente do Peru, o chefe da pasta de Relações Exteriores e outros integrantes do governo. A alta comissária foi recebida por membros do Congresso peruano, representantes do Judiciário, da sociedade civil, setor privado, indígenas e vítimas de violações de direitos humanos.

O país ainda ser recupera da pandemia que teve efeitos arrasadores para a população. Mais de um em 20 peruanos contaminados pelo novo coronavírus perdeu a vida. Ao todo, foram 213.825 óbitos pela doença. Para Bachelet, é encorajador ver que 84% da população no Peru foi vacinada com a segunda dose.

Em entrevista com jornalistas, a comissária ressaltou que a Covid evidenciou divisões socioeconômicas profundas na sociedade peruana com efeitos que devem durar por vários anos. As áreas rurais foram mais afetadas assim como os pobres e grupos marginalizados e carentes. A alta comissária informou que, aos poucos, os alunos estão retornando para a escola após dois anos, mas as crianças em zonas remotas e sem internet foram muito prejudicadas com o fechamento.

Guerra na Ucrânia 

Mesmo antes de o país se recuperar, ocorreu a guerra na Ucrânia que está tendo um impacto profundo na retomada após a pandemia. Cerca de 15,5 milhões de peruanos vivem em insegurança alimentar em meio à alta no preço dos combustíveis e dos alimentos.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, estima que a falta de comida venha a aumentar com a escassez de fertilizantes.

Eleições

Ao citar a polarização, Bachelet afirmou que o problema está se aprofundando nos últimos meses e que já existem sinais “preocupantes” de movimentos de retrocesso de direitos. Jornalistas estão sofrendo assédio principalmente as mulheres.

As eleições locais e regionais estão marcadas para outubro no Peru. Segundo Bachelet, o discurso de ódio, atos de discriminação e violência podem aumentar até a votação.

Povos indígenas

A chefe de direitos humanos recomendou ao país que continue fomentando o diálogo nacional que representa a rica diversidade cultural do Peru.

Ela lembrou que os povos indígenas e ativistas estão na linha de frente para responder ao impacto das mudanças climática e ameaças como mineração ilegal, desmatamento e tráfico de drogas, principalmente na região da Amazônia peruana.

Michelle Bachelet disse que admira a coragem e a força de defensores de direitos humanos e que eles precisam de proteção para fazer seu trabalho na área ambiental.

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