Michel Telles

Como a moradia compartilhada e sustentável tem crescido pelo mundo!

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Por Michel Telles
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Como a moradia compartilhada e sustentável tem crescido pelo mundo!

Foto: Divulgação Assessoria

Nos últimos anos, sobretudo após o período pandêmico, a proposta de moradias compartilhadas e que já possuem mobília cresceu exponencialmente ao redor do mundo. Esse novo formato habitacional funciona principalmente considerando o crescimento populacional em grandes áreas onde, tradicionalmente, os custos de aluguel são mais elevados. Para Michael Snow, Diretor Executivo Global do American Hardwood Export Council (AHEC), “promover a sustentabilidade e a otimização de propriedades é crucial para reduzir cada vez mais o impacto ambiental das construções ao redor do mundo, principalmente quando aliada aos materiais certos.” A madeira, em suas diversas formas de aplicação, é a matéria-prima mais adequada para quem deseja construir com impacto reduzido.

No Brasil, principalmente nas capitais brasileiras, onde adquirir ou alugar um imóvel requer um grande planejamento financeiro o coliving tem ganhado destaque. Segundo levantamento do Grupo Zap, 30% dos brasileiros estão dispostos a viver em propriedades no estilo coliving que oferece despesas mais baixas sem abrir mão da segurança e privacidade das moradias tradicionais. 

De acordo com o levantamento Flexible Living Trend Report 2023 Vol. 1 feito pela Worldwide Coliving Membership (WCM), a maior parte das pessoas que opta por espaços de coliving possuem entre 20 e 40 anos. Dentre as razões pelas quais eles buscam esse formato de moradia, 78,8% afirma que gostaria de uma nova experiência ao escolher um imóvel; 59,8% diz que o contato social também é um fator importante; e em terceiro lugar, com 57,6% das respostas, a redução de custos é outro fator atrativo.

“O que notamos hoje é que os apartamentos estão cada vez menores, a rotina é muito agitada e impacta diretamente na saúde das pessoas. Por isso o design desses espaços deve ser pensado de forma que melhore o bem-estar dos moradores. Um exemplo disso foi o HIVE Coliv, um empreendimento novo nos Emirados Árabes que escolheu as madeiras duras americanas para revestimento e mesmo com a distância para exportação do material, a pegada de carbono foi negativa”, conclui Snow.

HIVE Coliv: Pioneiro na era de ‘colivings’ sustentáveis para moradores urbanos em Dubai

O HIVE Coliv no Jumeirah Village Circle-Dubai é um projeto residencial iniciado em 2019 e concluído em 2021, que se destaca como uma escolha consciente de estilo de vida para pessoas em busca de independência, mas que também valorizam a comunidade. Projetado pelo Fadi Sarieddine Design Studio em parceria com a HIVE e a A.R.M. Holding, o empreendimento adota uma abordagem holística para o design urbano inteligente, bem-estar e vida sustentável.

Para promover a interação entre os moradores, a equipe dedicou-se a entender os padrões de vida dos futuros residentes, resultando em um design que integra espaços fluidos para incentivar a interação comunitária. Inspirados por extensas pesquisas em espaços de coliving em várias cidades, como Londres, Amsterdã e no sul da Holanda, eles criaram um ambiente acolhedor e convidativo.

O edifício apresenta um design que incorpora móveis e elementos de marcenaria em carvalho branco americano, proporcionando uma atmosfera que promove a saúde física e mental entre os residentes. O carvalho foi escolhido por sua associação com conceitos de juventude, frescor, informalidade e aconchego. Em algumas áreas, o carvalho foi combinado com nogueira para criar contrastes visuais.

O empreendimento conta com 117 apartamentos distribuídos em 1500 m², promovendo um profundo senso de comunidade, experiências compartilhadas e moradia acessível e além disso, o saguão do prédio serve como um espaço comum central, com uma parede divisória de 18 metros que define a área, além de um espaço externo gourmet. 

A construção, conduzida pela Aroma International Building Contracting, foi concluída em um ano, respeitando as regulamentações de construção verde de Dubai. O projeto utilizou materiais de baixo impacto ambiental e tecnologias de baixo carbono, além de garantir que todos os apartamentos possuam janelas operáveis para aproveitar a ventilação natural durante os meses de inverno.

Roderick Wiles, Diretor Regional do AHEC, conta  que "Toda a madeira serrada de carvalho branco americano usada para os móveis e a marcenaria no HIVE Coliv chegou aos Emirados Árabes Unidos com pegada de carbono negativa, apesar de todos os processos de extração, produção e secagem em fornos, além da longa rota marítima da costa leste dos Estados Unidos. Também podemos demonstrar que os dois metros cúbicos de madeira serrada de carvalho branco usados no projeto seriam regenerados de forma natural nas florestas provenientes dos EUA em pouco mais de 3 segundos."

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